Brasil
Papa Francisco canonizou padre por milagre na Amazônia; indígena foi salvo após missionários invocarem padre Allamano
Segundo a organização Consolata América, o milagre que levou à canonização ocorreu em 1996, no estado de Roraima.

O papa Francisco proclamou, em 2024, durante a Missa na Praça de São Pedro, a canonização do italiano José Allamano por um milagre ocorrido na Amazônia brasileira. Ele é fundador da congregação dos Missionários da Consolata.
Segundo a organização Consolata América, o milagre que levou à canonização ocorreu em 1996, no estado de Roraima, ocasião em que um indígena yanomami foi atacado por uma onça na floresta e teve um grave ferimento na cabeça.
O indígena foi atendido inicialmente por missionários da Consolata e então levado ao hospital de Boa Vista para ser operado. Na ocasião, um grupo de missionários teria invocado o padre José Allamano pela recuperação do rapaz, o que se realizou, e ele então retornou à comunidade indígena.
O fundador dos Institutos dos Missionários da Consolata e das Irmãs Missionárias da Consolata, o Beato José Allamano, foi canonizado junto a outros 14 novos santos neste domingo, 20 de outubro, no Vaticano, no Dia Mundial das Missões, na programação do Sínodo que tem a missão como foco da Segunda Sessão de sua Assembleia Sinodal, e após o reconhecimento de um milagre ocorrido em uma missão que mostra o valor da interculturalidade na proclamação do Evangelho, a Missão Catrimani.
O Papa Francisco disse, ao final da celebração Eucarística, a canonização do Beato José Allamano “recorda-nos a necessária atenção às populações mais frágeis e vulneráveis”, acrescentando:
“Penso em particular no povo Yanomami, da floresta amazônica brasileira, entre cujos membros ocorreu o milagre ligado à canonização de hoje. Apelo às autoridades políticas e civis para que garantam a proteção destes povos e dos seus direitos fundamentais e contra qualquer forma de exploração da sua dignidade e dos seus territórios”.
No meio da selva amazônica, perto da fronteira entre o Brasil e a Venezuela, a Consolata chegou em 1965, para realizar uma missão diferente, que tinha como objetivo fundamental cuidar da vida de um dos povos mais numerosos e sofridos da Amazônia brasileira, o povo Yanomami, eternamente ameaçado e hoje morrendo lentamente em consequência dos ultrajes realizados pela mineração ilegal, que polui seus rios e os explora de várias maneiras.
Se alguém defendeu e cuidou dos Yanomami da região de Catrimani, foram os missionários e missionárias da Consolata. Eles o fizeram por meio de um modelo de missão baseado no respeito e no diálogo, que se traduz em ações concretas em defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, da Casa Comum. Uma missão fundada no silêncio e no diálogo que gera laços de amizade e alianças na perspectiva do bem viver.
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