Brasil
Após recorde de incêndios em 2024, Amazônia tem queda de 72% em relação ao mesmo período de 2024, aponta MapBiomas
Monitor do Fogo, do MapBiomas, aponta que 913 mil hectares queimaram de janeiro a março, redução de 2,1 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.

Após um 2024 com recordes de incêndios, o primeiro trimestre deste ano teve redução de 70% na área queimada, aponta o Monitor do Fogo, do MapBiomas, o que significa 2,1 milhões de hectares a menos. A Amazônia concentra 84% das ocorrências, principalmente em Roraima. Toda a região do Norte, de acordo com os dados, mostra uma queda de 72% em relação ao mesmo período de 2024.
Entre janeiro e março de 2025, o Brasil registrou 913 mil hectares queimados, diz o levantamento, feito a partir de imagens de satélite. No mesmo período de 2024, o número havia sido de 3 milhões de hectares. A Amazônia sofreu uma seca histórica e o ano passado fechou com resultado recorde de incêndios. No Brasil, uma área de floresta de 27,6 milhões de hectares foi queimada, o equivalente ao estado do Tocantins.
Queimadas por bioma no 1º trimestre
Amazônia: 774 mil hectares queimados — queda de 72% em relação ao mesmo período de 2024
Cerrado: 91,7 mil hectares queimados — aumento de 12%
Pantanal: 10,9 mil hectares queimados — redução de 86%
Mata Atlântica: 18,8 mil hectares queimados
Caatinga: 10 mil hectares queimados — queda de 8% em relação ao mesmo período de 2024.
Pampa: 6,6 mil hectares queimados — aumento de 1.487%
Apesar da redução de 70% dessa vez, o primeiro trimestre de 2025 ainda teve mais incêndios que no mesmo período de 2023, 2022 e 2021. Mas foi melhor do que 2020 e 2019, quando começou o trabalho do Monitor do Fogo. Os primeiros meses do ano representam período de chuvas em boa parte do país, em especial no Centro-Oeste e no Norte. Portanto, as queimadas acontecem menos.
O único bioma que teve aumento de queimadas em relação ao ano passado foi o Cerrado. O bioma vem sendo uma pedra no sapato da gestão Lula, pois não teve a mesma redução de desmatamento vista na Amazônia, após a gestão Bolsonaro.
Dos 912 mil hectares queimados, 78% foi em vegetação nativa, com destaque para as formações campestres (43% do total). Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens concentraram 137 mil hectares queimados.
A Amazônia teve 774,5 mil hectares queimados, ou 84% do total. Somente Roraima concentrou mais dessa metade, com 415 mil hectares queimados, seguido por Pará (208,6 mil ha) e Maranhão (123,8 mil ha). Juntos, esses três estados concentraram 81% de toda a área queimada no país no primeiro trimestre.
Entre os municípios, os líderes do fogo foram Pacaraima (RR) e Normandia (RR), com 121,5 mil e 119,1 mil hectares queimados, respectivamente. Diferente do resto do país, Roraima tem seu período seco no início do ano, explica Felipe Martenexen, pesquisador do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e do MapBiomas Fogo.
— Esse padrão se deve ao fato de que Roraima apresenta um regime climático distinto. Enquanto a maior parte do território nacional enfrenta o período chuvoso neste trimestre, Roraima vivencia sua estação seca no início do ano, o que torna o estado particularmente vulnerável às queimadas nesse período.
Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do Mapbiomas Fogo, disse que há possibilidade de uma nova seca forte na Amazônia nesse ano.
— A redução expressiva da área queimada na Amazônia é uma boa notícia. Entretanto, é importante entendermos que a estação seca de 2025 que se aproxima possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução.
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