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Amazonas

Presidente do Sindicato dos Médicos diz que governo do AM persegue profissionais que denunciaram problemas 28 de Agosto

“Este contrato é imoral, assim como é imoral a gestão estadual. É a pior da história. O Estado quebrou nas mãos de um irresponsável e isso precisa ser dito”, disse Mário Vianna.

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O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazoas (Simeam), Mario Vianna disse que “os médicos que denunciaram as irregularidades no contrato do Governo do Estado com a Organização Social Agir estão sendo perseguidos, inclusive com a divulgação de prontuários, o que é absolutamente ilegal, já que se trata de documentos sigilosos”. As informações são do Blog do Hiel.

Segundo Vianna, o governo está ameaçando colocar as polícias Militar e Civil para devassar a vida dos profissionais que fizeram as denúncias. Ele disse estranhar a contratação da OSS de Goiás da forma como foi feita, “inclusive com pagamento antecipado, enquanto a dívida com as empresas médicas ultrapassa os R$ 5 bilhões”.

Segundo Vianna, há várias irregularidades acontecendo no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, depois que a Agir assumiu a gestão da unidade. “Conversei com os colegas que fazem plantão no João Lúcio e eles me disseram que a demanda aumentou muito por lá justamente porque diminuíram os leitos no 28 de Agosto. Estão realmente mandando os pacientes voltar sem atendimento”, afirmou.

O médico disse, ainda. que, na ânsia de desmoralizar colegas deles que denunciaram a situação, o Governo está tomando atitudes afrontosos. “Usuário prontuários de pacientes para tentar desqualificar uma colega, dizendo que ela os atendia em um minuto. Também colocaram uma equipe da Secretaria de Comunicação para acompanhar uma inspeção do Conselho Regional de Medicina, que deveria ser sigilosa. Ou seja, estão quebrando todas as normas de conduta da profissão e cometendo ilegalidades”, afirmou.

De acordo com Vianna, “há cinco anos a revista Veja publicou uma reportagem mostrando que 90% das Organizações Sociais que administravam hospitais no país respondiam na Justiça ou nos órgãos de controle por causa de alguma irregularidade”. “É um tipo de gestão que comprovadamente não dá certo, mas o Amazonas decidiu apostar nisso. Essa Agir quebrou cinco hospitais públicos em São Paulo”, acrescentou.

Na quinta-feira (19/12), o médico cirurgião Fábio Bindá realizou uma inspeção como fiscal do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) no Hospital 28 de Agosto e realmente foi acompanhado pela equipe da Secom, que o entrevistou na saída. “Não encontramos nenhum indício de falta de médicos. Todos os setores tinham médicos. Os médicos de plantão estavam subdivididos na enfermaria, no centro cirúrgico e no politrauma. A fiscalização do CRM concluiu que está funcionando sim”, disse ele. “Fizemos vistoria de todos os andares e verificamos que realmente a empresa está em um processo de transição. Eles estão compondo os quadros com médicos, tanto locais quanto de fora”, acrescentou.

Horas mais tarde, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), em coletiva de imprensa, criticou a situação na unidade de saúde. “Eu liguei para meus colegas questionando a entrevista e eles decidiram fazer outra fiscalização, como deveria ter sido feita por ele, de forma sigilosa. Nesta ,constataram as irregularidades denunciadas pela população”, disse Vianna.

“O que está acontecendo neste momento é que o Governo está usando da intimidação para tentar calar os críticos, mas eu não tenho medo. Este contrato é imoral, assim como é imoral a gestão estadual. É a pior da história. O Estado quebrou nas mãos de um irresponsável e isso precisa ser dito. A saúde corre um sério risco de colapso”, afirmou o presidente do Seimeam.


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