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Amazonas

Editorial: Governo Wilson Lima é uma fábrica de escândalos

Uma sequencia seguida de episódios escancaram a incapacidade do governo de Wilson Lima em conduzir o estado com transparência e responsabilidade, perpetuando práticas ilícitas que comprometem o desenvolvimento e a confiança da população nas instituições públicas.

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O governo de Wilson Lima no Amazonas é uma fábrica de escândalos, cada um mais grave que o outro. Na saúde, quatro secretários foram presos por fraudes na compra de respiradores durante a pandemia de COVID-19, resultando em prejuízos milionários aos cofres públicos. Na segurança pública, dois secretários foram detidos por corrupção, evidenciando o descontrole e a falta de compromisso com a integridade no setor.

E Agora, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (o Ipaam) está no centro de um esquema criminoso. A Operação Expurgare, da Polícia Federal, desmantelou uma quadrilha que emitia licenças ambientais fraudulentas e autorizações ilegais para desmatamento. O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, foi afastado do cargo, e outros servidores foram presos, mostrando a corrupção enraizada no órgão.

Esses episódios escancaram a incapacidade do governo de Wilson Lima em conduzir o estado com transparência e responsabilidade, perpetuando práticas ilícitas que comprometem o desenvolvimento e a confiança da população nas instituições públicas.

Já se passaram mais de três anos desde que o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, transformar o governador do Amazonas, Wilson Lima, em réu por crimes relacionados a desvios de recursos na pandemia de Covid-19. E, até agora, o processo não avançou. A demora no julgamento levanta questionamentos e frustra a população que exige respostas.

Entre as acusações estão dispensa irregular de licitação, fraude, sobrepreço e peculato. Segundo o relator do caso, ministro Francisco Falcão, o governador liderou um esquema criminoso para desviar recursos da saúde no auge da pandemia. A denúncia foi aceita por unanimidade pelos 12 ministros presentes na votação da Corte Especial, mas o processo segue parado.

Wilson Lima chegou a afirmar, na época, que a decisão de torná-lo réu seria uma oportunidade de provar sua inocência. No entanto, nem ele nem sua defesa parecem ter demonstrado pressa em agilizar o julgamento. Ele seria o principal interessado em comprovar sua inocência, mas não age assim. E fica sob suspeita. Um governador fraco, réu, e assim, sem condições moraes e éticas de tocar um Estado tão importante quanto o amazonas.

É importante lembrar que as denúncias surgiram no contexto da Operação Sangria, em que a Polícia Federal cumpriu mandados na casa do governador e em outros locais. A operação revelou fraudes milionárias em licitações para a compra de respiradores e outros insumos hospitalares.

Além do governador, outros 17 nomes da alta cúpula do governo foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República. Mesmo diante de tantos indícios e da robustez das provas apresentadas, o processo parece engavetado, numa demonstração de como a lentidão da Justiça afeta a confiança da população.

Enquanto isso, o Amazonas segue pagando um preço alto pela má gestão e pelo descaso com a saúde pública. A demora no julgamento é mais do que uma afronta à Justiça; é um desrespeito às famílias que perderam entes queridos por falta de recursos e estrutura no pior momento da pandemia.

A criação de novos prazos, alegações de defesa e até envio de novos documentos para análise têm sido usados como justificativa para os adiamentos. Mas, passados três anos, fica a pergunta: até quando a Justiça vai ignorar o clamor da sociedade por respostas?

É hora de o STJ sair da inércia e dar andamento ao processo. A transparência e a celeridade são indispensáveis para que o povo do Amazonas tenha, finalmente, um desfecho para esse caso. A justiça tardia é, como sempre, uma injustiça para quem sofreu as consequências desse esquema.

O julgamento do governador Wilson Lima não é apenas sobre crimes de corrupção; é sobre dar um basta à impunidade e garantir que quem ocupa cargos de poder responda por seus atos. O Amazonas não pode continuar refém dessa espera interminável.


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