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Amazonas

Aviões, barcos e 25 carros de luxo são apreendidos em operação contra fraude em crédito de carbono

De acordo com as investigações da PF de Rondônia, foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões.

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A Polícia Federal apreendeu dois aviões, cinco barcos e 25 carros de luxo ao fim das buscas na operação Greenwashing, na noite desta quarta-feira (5).

Quatro pessoas foram presas e uma é considerada foragida. Também foi efetivado o bloqueio de transferências de gado nas áreas griladas avaliado em R$ 8,5 milhões.

Os aviões foram apreendidos em São Paulo em posse de empresários fazendeiros. Os demais bens foram confiscados em Mato Grosso, Paraná, Amazonas, Ceará e Acre.

Balanço das apreensões:

Joias e bolsas de luxo;
4 fuzis e 4 pistolas;
2 aviões;
5 embarcações;
25 carros de luxo;
156 mil em espécie

À CNN, o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire, comentou a ação e o Dia do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho.

“Nós temos desafios imensos em relação ao meio ambiente e esses biomas no Brasil. Mas nós conseguimos avançar muito no ano passado com a retomada de uma política séria de conservação e proteção ambiental, de exploração dentro dos parâmetros legais e com sustentabilidade. E temos outros projetos desenvolvidos para que possamos implementar com proteção da Amazônia Legal brasileira”, disse o delegado.

A operação

A Polícia Federal foi às ruas na manhã desta quarta-feira (5) em uma grande operação contra fraude na concessão de crédito de carbono a multinacionais. Empresários foram alvos de 76 mandados de busca e apreensão.

Além das buscas, policiais federais cumprem ainda 108 medidas cautelares diversas da prisão, oito suspensões do exercício da função pública, quatro suspensões de registro profissional no CREA e sete bloqueios de emissão de Documento de Origem Florestal (DOF’s), bem como o sequestro de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com as investigações da PF de Rondônia, foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões.

A operação também revelou que a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.

O esquema

A investigação revelou um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea (AM), envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade.

Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.

Entre 2016 e 2018, a PF diz que a organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos.

Nos últimos três anos, o inquérito mostra que uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí (AM) e Nova Aripuanã (AM).

As irregularidades identificadas incluem a emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM), a sobreposição de registros e a apropriação indevida de terras públicas.

Entre as atividades ilegais identificadas estão a exploração florestal e a pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado “fantasma” para atender áreas com restrições ambientais, a venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.


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