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Amazonas

Pesquisa do MapBiomas mostra que o Amazonas tem 583 km² de áreas urbanas com risco de enchentes

As áreas urbanas sob risco de enchentes ou de deslizamentos no Brasil somavam 4.700 km² há dois anos.

No estado do Amazonas existem 583 quilômetros quadrados de áreas urbanas com risco de alagamento ou deslizamento. Os dados são do projeto MapBiomas, rede colaborativa de entidades e cientistas que estuda as transformações do território brasileiro. Eles reúnem informações detalhadas sobre o uso do solo de 1985 a 2022.

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Brasil

As áreas urbanas sob risco de enchentes ou de deslizamentos no Brasil somavam 4.700 km² há dois anos — é o equivalente a três vezes o território do município de São Paulo (1.500 km²).

Não há dados mais recentes, mas a tendência segue de aumento na ocupação, dizem os pesquisadores.

Enquanto as áreas urbanas no Brasil triplicaram desde 1985, a ocupação próxima ao leito dos rios quadruplicou. Julio Pedrassoli, coordenador da equipe urbana do MapBiomas

Ao longo das últimas quatro décadas, o Brasil viu áreas serem ocupadas de forma desordenada, chegando a locais que deveriam ter construções proibidas por oferecer riscos a moradias, segundo o MapBiomas.

As cidades estão ficando mais densas, sem espaço. Mas se você olhar a curva, o cenário ainda é de expansão, não pararam de crescer as áreas de ocupação.Julio Pedrassoli

Os estados com mais risco

Em 2022, o Brasil tinha 4.200 km² de áreas urbanizadas que poderiam ser alagadas se o nível do rio mais próximo atingisse três metros. O parâmetro foi utilizado como referência pelos cientistas levando em conta a área alagada na inundação registrada no ano passado na bacia do Taquari, no Rio Grande do Sul.

Entre 1985 e 2022, a expansão das áreas urbanizadas em áreas com risco de cheias aumentou 2,7 vezes. São Paulo é hoje o estado com mais áreas nessa condição: 631 km².

A situação é mais grave nas favelas — a cada 100 hectares urbanizados nesses aglomerados, 17,3 ficam em áreas suscetíveis a inundações.

As favelas, que são áreas mais vulneráveis, são empurradas para terrenos menos valiosos e, por sua vez, mais suscetíveis a riscos. Isso acontece em todo o Brasil, de Norte a Sul.Julio Pedrassoli

O total ocupado de áreas de declividade — que têm até 30% de inclinação — aumentou 5,2 vezes de 1985 a 2022, de acordo com o MapBiomas. No total, eram mais de 450 km² — só em Minas Gerais, eram 154 km².

O percentual foi definido porque a lei 6766/79 diz que o parcelamento do solo não pode ser feito em terrenos com declividade superior a 30% — que são consideradas encostas.

Cidades com mais riscos

Estudo do governo divulgado em janeiro resultou em uma lista com os 1.942 municípios mais suscetíveis a desastres relacionados ao clima como deslizamentos e inundações — o número corresponde a 34,9% do total de municípios do país. Nessas áreas, vivem 8,9 milhões de pessoas.

Em relação a 2012, o número mais que dobrou: eram 821 municípios sob maior risco.

Para elaborar a lista, o governo considerou os municípios com registro de mortos e desalojados, além da população vivendo em áreas de risco e com alta vulnerabilidade a inundações.

No último dia 8, o governo federal anunciou investimento de R$ 1,7 bilhão na categoria “Prevenção a Desastres Naturais: Contenção de Encostas” dentro do PAC Seleções — novo programa de desenvolvimento. Estão previstas obras contenção de encostas em 91 municípios com problemas recorrentes de deslizamentos.

Dentro do eixo de “Cidades Sustentáveis e Resilientes”, está previsto o investimento de R$ 5,2 bilhões para reurbanização de favelas em 48 municípios. Os projetos foram sugeridos pelas prefeituras e escolhidos pelo governo federal.


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