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Amazonas

Vice vai assumir prefeitura após prisão de prefeito em operação da Polícia Federal, informa Câmara de Borba

A operação apura a manipulação de testemunhas em investigação sobre desvios de recursos públicos.

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Vice-prefeito de Borba, no interior do Amazonas, José Pedro Freitas Graça. (Foto: Reprodução)

O vice-prefeito de Borba, no interior do Amazonas, José Pedro Freitas Graça, poderá assumir a prefeitura do município após o prefeito Simão Peixoto ser preso durante a Operação “Voz do Poder”, da Polícia Federal. A informação foi confirmada pela Câmara Municipal de Borba, na quarta-feira (10), por meio de nota.

José Pedro Freitas Graça deve assumir a prefeitura do município em uma sessão extraordinária solene marcada para a segunda-feira (15). A mudança na gestão ocorre após a prisão do prefeito Simão Peixoto, terça-feira,9, durante operação que apura a manipulação de testemunhas em investigação sobre desvios de recursos públicos destinados à compra de merenda escolar no ano de 2020, durante a pandemia do Covid-19.

Nota da Câmara

“A Câmara Municipal encontra-se em recesso, razão porque as atividades parlamentares estão suspensas, e muitos Vereadores estão fora da cidade. Entretanto, mesmo em recesso, a partir da notificação da Justiça, a Casa de Leis iniciou os trâmites administrativos para dar posse ao Vice-Prefeito que acontecerá através de sessão extraordinária solene nesta segunda-feira (15), inclusive para não haver prejuízo na continuidade dos serviços administrativos no município”, diz a Câmara.

Investigado durante a operação, o prefeito de Borba, Simão Peixoto se entregou à Polícia Federal na terça-feira (9). O mandado de prisão preventiva contra ele incluía também o afastamento das funções públicas por um período de 180 dias, além da execução de outras diligências necessárias para a coleta de provas.

Peixoto passou por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (10), mas como já havia um mandado de prisão contra ele, o ato só foi para verificar se seus direitos foram assegurados. O ato foi presidido pela juíza Ana Paula Podedworny.

Na ocasião, a magistrada também mandou que o prefeito fique detido em uma sala isolada de uma unidade prisional da capital e que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) providencie uma dieta sem lactose para o mesmo, assim como todos os remédios de uso contínuo do político.

Operação

A Operação “Voz do Poder” teve como objetivo cumprir o mandado de prisão preventiva contra Simão Peixoto, ações da PF foram realizadas nas cidades de Borba e Manaus.

As investigações indicam que os kits de merenda escolar fornecidos não continham ou possuíam uma quantidade muito reduzida de carne de boi, divergindo significativamente do volume contratado. Além disso, foi constatada a ausência de charque nos kits, indícios de falsificação nos recibos de entrega e possíveis pagamentos sem comprovação documental.

“A medida de prisão preventiva e o afastamento do cargo do prefeito foram solicitados após evidências de que ele conduziu uma videoconferência com servidores municipais intimados pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos relacionados à referida investigação. Neste encontro, o prefeito teria oferecido assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela Prefeitura, o que poderia representar uma tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas”, diz a Polícia Federal.


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