Brasil
Coronavírus: Brasil inicia teste com hidroxicloroquina; estudo leva 2 meses
O ensaio começou a ser projetado a três semanas e ontem ganhou a autorização da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa.
Um grupo de hospitais liderados pelo Albert Einsten recebeu liberação ontem para iniciar um ensaio clínico que teste a eficácia do uso de hiroxicloroquina no tratamento para o novo coronavírus. A medicação vem sendo apontada como tendo potencial para curar a covid-19.
O Einstein trabalhará ao lado de outras instituições como o Hospital Sírio Libanês e o Hcor, conforme informou o diretor-superintendente de pesquisa do Einstein, Dr. Luiz Vicente Rizzo, ao
Brazil Journal.
A expectativa é de que os dados conclusivos sobre a eficácia do tratamento sejam apresentados em dois meses. O ensaio começou a ser projetado a três semanas e ontem ganhou a autorização da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa.
Rizzo explicou que o medicamento não será o único a ser testado e que outros medicamentos serão usados. “A hidroxicloroquina não é a única alternativa que existe que tem mostrado dados promissores.”
Ele ainda explicou: “Vamos testar em muitos pacientes, em diversos tipos de desenhos diferentes. Vamos testar no paciente grave na UTI, no paciente que está entrando e no intermediário. E cada um desses braços será coordenado por um hospital. A ideia, quando resolvemos fazer isso juntos, é dar uma resposta. Não é aparecer. É útil, que é o que a ciência tem que ser. Ciência é colaboração. Montamos um estudo que é em colaboração e que pretende responder o maior número de perguntas no menor espaço de tempo”, disse ele.
Rizzo afirmou que o estudo é inovador no Brasil e pouco usado no mundo. “É um estudo adaptativo. Os estudos de modo geral são estudos fechados, onde você entrou num braço e você vai ter que ficar naquele braço. Esse estudo nos dá a flexibilidade, pela sua força estatística, de mudar pacientes de grupos se tivermos respostas melhores. É óbvio que amanhã pode surgir uma droga nova em outro lugar, mas temos a flexibilidade de incluir novas drogas promissoras no estudo. Por isso disse que esse é um estudo inovador no Brasil, de modo geral o Brasil não aprova estudos nesse modelo.”
Se os resultados deste teste podem sair em dois meses, a descoberta de uma vacina para a covid-19 vai demorar mais. “Vacina demora, porque você precisa vacinar o cara, ver se ele ficou bom por um tempo ou se ficou bom pra sempre. O segundo ponto é que a gente sequer sabe se a imunidade serve para alguma coisa nesse vírus. Tem vários parentes desse vírus que você não fica imune nunca. Ele não deixa o sistema imune funcionar. Então a gente ainda não sabe se funcionaria, se seria útil. Tem essa dúvida da eficácia da imunidade para esse vírus, como em qualquer vacina”, disse Rizzo, ao site.
Sobre opiniões que o novo coronavírus é apenas “mais uma gripe”, o médico rechaçou esse tipo de
opinião. “Não é apenas uma gripe. É simples assim. Muita gente morre de gripe, morre atropelada, tudo isso é verdade. O fato de que um dia todo mundo vai morrer não muda o fato de que não é só uma gripe. É um negócio sério, que transmite muito rápido, as pessoas que pegam a doença de verdade tem problemas físicos importantes. Uma coisa que não está sendo tratada ainda, mas que vai ser depois é o que acontece com o pulmão de quem sobrevive”, alertou.
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