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Ucrânia chama de ‘imoral’ decisão russa de permitir fuga de civis apenas pela Rússia e Bielorrússia

Governo ucraniano avalia que corredores humanitários anunciados pelos russos são tentativa de ‘criar imagem desejada para a televisão’ usando o sofrimento dos cidadãos

Fuga de ucranianos. (Foto: Getty Images)

A Ucrânia criticou a tentativa russa de abrir nesta segunda-feira corredores humanitários em várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev. O governo de Vladmir Putin determinou que civis poderão deixar áreas de conflito por seis rotas, mas apenas duas não terminam em cidades da Bielorrússia ou Rússia. Autoridades ucranianas defendem que cidadãos devem ter o direito de evacuar para todo o território do país.

— Esta é uma história completamente imoral. O sofrimento das pessoas é usado para criar a imagem desejada para a televisão. Estes são cidadãos da Ucrânia, eles devem ter o direito de evacuar para o território da Ucrânia — disse um porta-voz do presidente Volodymyr Zelensky à Reuters.

A ministra de Territórios Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, também descreveu a proposta russa como “inaceitável”.

— Esta é uma maneira inaceitável de abrir corredores humanitários. Nosso povo não irá de Kiev para a Bielorrússia para depois ser levado para a Federação Russa — disse Iryna, conforme a BBC.

No fim de semana, houve uma tentativa fracassada de retirar civis das áreas de conflito, com a ocorrência, inclusive, de mortes, quando forças russas dispararam morteiros, no domingo, sobre uma ponte usada por um grupo que fugia dos combates nos arredores de Irpin, deixando três membros de uma família mortos.

Duas operações de evacuação planejadas de Mariupol e na cidade vizinha de Volnovakha falharam nos últimos dias após os dois países se acusarem mutuamente de não interromperem bombardeios. Em Mariupol, as autoridades ucranianas disseram que planejam evacuar mais de 200 mil civis, metade da população da cidade.

Confira as rotas determinadas pela Rússia:

– Mariupol

Rota 1: Novoazovsk, Taganrog, Rostov-on Don (Rússia), depois por via aérea, rodoviária ou ferroviária para um destino escolhido ou local de espera temporário;
Rota 2: Portivske, Mangush, Respublika, Rosivka, Bilmak, Polohi, Orekhiv, Zaporizhzhya (Ucrânia)
Kharkiv

– Nekhoteyevka, Belgorod (Russia) e depois rota aérea, rodoviária ou ferroviária
Sumy

Rota 1: Sudzha, Belgorod e depois rota aérea, rodoviária ou ferroviária;
Rota 2: Sumy, Golubivka, Romny, Lokhvitsya, Lubny, Poltava (Ucrânia)
Kiev

Hostomel, Rakivka, Sosnovka, Ivankiv, Orane, Chernobyl, Gden’, Gomel (Bielorrússia), depois por via aérea para a Rússia

Crise de refugiados

No domingo, chegou a 1,5 milhão o número de pessoas que fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa. Segundo a ONU, os ucranianos obrigados a deixarem seu país hoje representam quase 2% das pessoas deslocadas em todo o mundo por guerras, conflitos, violações de direitos humanos e perseguições. No fim de 2020, o total acumulado era de 82,4 milhões de pessoas, o maior já registrado pelo Acnur, a agência de refugiados da ONU.

De acordo com o relatório “Tendências globais”, mais de dois terços de todos os refugiados e deslocados vêm de cinco países: Síria (6,7 milhões), Venezuela (4 milhões), Afeganistão (2,6 milhões), Sudão do Sul (2,2 milhões) e Mianmar (1,1 milhão). Os números abrangem refugiados, solicitantes de refúgio e pessoas deslocadas à força dentro de seus próprios países.

A informação é do jornal O Globo.

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