Trump lança visto “gold card” de R$ 5,4 milhões para morar nos EUA

O governo dos Estados Unidos lançou oficialmente na quarta-feira (10) o programa de vistos “Trump Gold Card”, que oferece a cidadãos não americanos uma via, a um preço elevado, para obterem permissão acelerada para viver no país.

O site Trumpcard.gov, com um botão “Inscreva-se agora”, permite que os interessados ​​paguem uma taxa de US$ 15 mil (aproximadamente R$ 82 mil) ao Departamento de Segurança Interna para agilizar o processo.

Após passarem por uma verificação de antecedentes, os candidatos devem fazer uma “contribuição” (o site a chama de “doação”) de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,4 milhões) para obter o visto, semelhante ao “Green Card”, que permite viver e trabalhar nos Estados Unidos.

“Basicamente, é um Green Card, mas muito melhor. Muito mais poderoso, um caminho muito mais sólido”, declarou Trump a repórteres na Casa Branca.

“O caminho é algo muito importante. Tem que ser de pessoas excelentes”, adicionou.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que cerca de dez mil pessoas já se inscreveram para o programa Gold Card durante o período de pré-inscrição e que espera que muitas outras façam o mesmo.

“Espero que, com o tempo, vendamos milhares desses cartões e arrecademos bilhões e bilhões de dólares”, disse Lutnick à agência de notícias Reuters em uma breve entrevista.

O secretário falou que o programa Gold Card traria pessoas para os Estados Unidos que beneficiariam a economia.

Ele comparou isso aos portadores de Green Card “comuns”, que, segundo ele, ganham menos do que a média dos americanos e têm maior probabilidade de receber ou ter familiares que recebem assistência social.

Ele não apresentou provas para essa afirmação.

O governo Trump implementou uma ampla repressão à imigração, deportando centenas de milhares de pessoas que estavam no país ilegalmente e também tomando medidas para desencorajar a imigração legal.

O programa Gold Card é a versão Trump de um contrapeso a isso, concebido para gerar receita para o Tesouro dos EUA da mesma forma que o presidente, um ex-empresário nova-iorquino e apresentador de reality shows, afirmou que seu programa de tarifas obteve sucesso.

Lutnick observou que também havia uma versão corporativa do Gold Card que permitia às empresas obter vistos acelerados para funcionários que desejassem trabalhar nos Estados Unidos, mediante uma contribuição de US$ 2 milhões por funcionário.