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Supermercados europeus pressionam para que moratória da soja seja mantida na Amazônia

Suspensão do acordo pelo Cade gera reação internacional e pode impactar exportações brasileiras de soja para mercados com compromissos ambientais.

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Grandes redes de supermercados da Europa — entre elas Tesco, Sainsbury’s, Lidl e Aldi — enviaram, na última quinta-feira (5), uma carta às maiores tradings globais de grãos, pedindo a manutenção da moratória da soja na Amazônia – mecanismo que há quase duas décadas freia o desmatamento associado ao cultivo do grão na região.

O documento, obtido pela reportagem da Reuters, foi direcionado a CEOs de gigantes como ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus e Cofco (China). A pressão ocorre após a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em agosto, de suspender o acordo — medida que gerou forte reação de ambientalistas e de setores do mercado preocupados com a reputação do Brasil no exterior.

A moratória da soja, firmada em 2006 e consolidada em 2008, impede a compra de grãos cultivados em áreas desmatadas da Amazônia após a data de corte. O pacto é considerado um marco por reduzir significativamente a conversão de floresta em lavouras, bem como permitiu a expansão da produção em áreas já abertas.

Na carta, os supermercados afirmam que a decisão do Cade representa “uma séria ameaça a este acordo vital” e cobram das tradings que reafirmem publicamente seu compromisso de não comprar soja oriunda de áreas desmatadas.

O texto alerta ainda que, caso a moratória seja de fato suspensa, os consumidores e grandes empresas europeias poderão reforçar a pressão econômica sobre os exportadores brasileiros.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de soja, com a maior parte destinada à China para produção de ração animal. Uma eventual fragilização da moratória pode afetar a imagem da commodity brasileira, ampliando riscos de boicote ou restrições comerciais em mercados que prezam pelos compromissos ambientais.

Além das redes varejistas, a carta também foi assinada pela National Pig Association, do Reino Unido, e por produtores de alimentos privados britânicos.


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