Otan quer Brasil pressionando Rússia para um cessar-fogo contra a Ucrânia

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, disse na 2ª feira (14.jul.2025) que países como Brasil, China e Índia devem pressionar a Rússia para chegar a um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, caso contrário, serão todos afetados por sanções secundárias.

A fala se deu durante entrevista à Fox News. Na ocasião, Rutte sugeriu que esses países enviem um recado claro a Moscou: continuar comprando produtos russos só será possível se houver um comprometimento sério com negociações de paz.

“Se você está em Pequim ou em Délhi ou no Brasil, você sabe que isso está chegando até você. Talvez queira ligar para Vladimir Putin e dizer: ‘Ei, amigo! Ainda estamos comprando de você, mas você precisa ser sério quando se trata dessas negociações de cessar-fogo ou acordo de paz’”, disse o secretário da Otan.

Rutte fez referência à possibilidade de sanções secundárias que serão impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a países que continuam mantendo relações econômicas com a Rússia.

No domingo (13.jul), o senador norte-americano Lindsey Graham (Partido Republicano) disse que Brasil, China e Índia serão punidos pelos EUA com tarifas de até 500% se continuarem a importar petróleo russo.

Rutte afirmou ainda que a estratégia atual dos aliados ocidentais é fortalecer militarmente a Ucrânia para estar em vantagem caso uma negociação de paz seja iniciada.

“Faremos o que for necessário para que a Ucrânia seja o mais forte possível quando acordos ou negociações de paz começarem, para estar na melhor posição possível naquele momento”.

Leia a íntegra da fala do secretário-geral da Otan, Mark Rutte:

“Se você está em Pequim ou em Délhi, ou no Brasil, você sabe que isso está chegando até você. Você talvez queira ligar para Vladimir Putin e dizer: Ei, amigo! Ainda estamos comprando de você, mas você precisa ser sério quando se trata dessas negociações de cessar-fogo ou acordo de paz.

Se não, nós seremos atingidos por sanções secundárias que também afetarão diretamente a Rússia, é claro. “Mas isso é realmente significativo e foi planejado, de forma inteligente, pelo presidente.

Hoje, o que Putin escuta do presidente norte-americano e dos europeus é que faremos o que for necessário para que a Ucrânia seja o mais forte possível quando acordos ou negociações de paz começarem, para estar na melhor posição possível naquele momento.

“E, além disso, a ameaça das sanções em 50 dias para quem ainda compra da Rússia, como o Brasil, Índia e China. Então se eu fosse o Kremlin hoje, não ficaria nada feliz. Porque este é um sinal claro de que o presidente Trump está falando sério. Ele quer paz. Ele odeia o fato de que tantas pessoas perdem suas vidas na Ucrânia”.