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Organização Marítima Internacional aprova primeiro sistema mundial de precificação de carbono
Acordo deve ser formalmente adotado em uma assembleia-geral em outubro, e prevê avanço em direção à neutralidade de carbono até 2050.

Navio entra no Canal do Panamá, pelo lado do Oceano Pacífico..(Foto: Martin Bernetti/AFP/ Reprodução)
Os Estados-membros da Organização Marítima Internacional (OMI), uma agência da ONU, votaram nesta sexta-feira a favor da criação de um sistema mundial de precificação de carbono. A medida impõe que, a partir de 2028, todos os navios terão que usar uma mistura de combustível menos concentrada em carbono ou pagar pelo excesso utilizado. O termo não agradou totalmente as nações insulares do Pacífico, que não considerou plano ambicioso o suficiente.
A criação do mercado de carbono foi obtida por maioria dos Estados representados na OMI, mesmo sem unanimidade, segundo uma porta-voz da organização. Sessenta e três países votaram a favor do acordo, entre eles Brasil, China, Índia e Japão, além da União Europeia, contra 16 votos contrários, entre os quais grandes produtores de hidrocarbonetos como Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos. Os Estados Unidos não participaram da votação. O acordo deverá ser formalmente adotado por uma assembleia-geral em outubro.
O dinheiro proveniente desse sistema servirá para “recompensar” o uso de tecnologias e combustíveis que sejam neutros (ou quase neutros) na emissão de carbono, e apoiar com financiamento os países em desenvolvimento em sua transição energética do transporte marítimo. O objetivo das medidas, que os membros da OMI se comprometeram a aprovar antes de o ano acabar, é ir avançando em direção à neutralidade até 2050: 40% de redução até 2030 em relação a 2008, e depois 80% em 2040.
Os países insulares do Pacífico, que antes haviam expressado seu desejo por uma taxa de carbono universal no transporte marítimo, se abstiveram, ao considerar as medidas pouco ambiciosas.
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