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Massacre de cristãos na comunidade rural de Benue, na Nigéria, deixa 200 mortos
A polícia estadual confirmou a ação, mas ainda não apresentou balanço definitivo de vítimas.

Moradores de Yelwata, comunidade rural a 7 quilômetros ao norte de Makurdi, capital de Benue, relatam que militantes fulani armados chegaram ao anoitecer de sexta, 13, gritando “Allahu Akbar”.
Segundo a Diocese de Makurdi, o grupo incendiou os dormitórios improvisados de uma missão católica onde mais de 500 deslocados internos dormiam, bloqueando as saídas com combustível.
Testemunhas afirmam que quem tentou fugir foi atacado com facões.
O ataque durou cerca de três horas e deixou entre 150 e 200 mortos, a maioria mulheres e crianças que já haviam fugido de violência anterior na região.
A polícia estadual confirmou a ação, mas ainda não apresentou balanço definitivo de vítimas.
O porta-voz Udeme Edet limitou-se a dizer que “várias dezenas” morreram.
A Anistia Internacional apurou ao menos 100 óbitos e cobrou de Abuja “medidas imediatas para proteger civis”.
A Truth Nigeria, organização local de jornalistas, fala em mais de 200 corpos.
A Diocese informou que 70 cadáveres foram levados ao necrotério de Makurdi; o restante precisou ser enterrado em valas comuns por causa do calor.
Os agressores também saquearam armazéns e queimaram a colheita recém-estocada. Agricultores calculam a perda de 200 sacos de arroz avaliados em 25 milhões de nairas, cerca de R$ 90 mil ao câmbio médio de junho.
A Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA) contabiliza 6 527 novos deslocados: 1 768 mulheres, 759 homens, 657 crianças, além de gestantes e idosos que agora lotam um campo improvisado no Mercado Internacional de Makurdi.
Falta água potável, alimentos e medicação; missionários locais relatam surtos de cólera e febre tifoide.
No domingo, papa Leão XIV condenou o “terrível massacre” durante a oração do Angelus, confirmando “cerca de 200 pessoas brutalmente mortas” e pedindo “segurança, justiça e paz” para as comunidades cristãs do cinturão central nigeriano.
O governador de Benue, Hyacinth Alia, enviou uma delegação para entregar mantimentos e prometeu reforço militar.
Durante a operação de resgate, dois soldados e um agente da Defesa Civil morreram em emboscada na estrada entre Daudu e Yelwata, elevando a tensão no estado.
Entre maio de 2023 e maio de 2025, Benue registrou 1 043 mortes em ataques semelhantes, segundo levantamento da imprensa local.
Organizações cristãs afirmam que mais de 300 fiéis foram assassinados em todo o país apenas nos primeiros seis meses deste ano.
A ONG Portas Abertas classifica a Nigéria como o sétimo país mais perigoso do mundo para quem professa a fé cristã.
A Presidência nigeriana ainda não se manifestou sobre o massacre.
Enquanto isso, padres da Diocese de Makurdi pedem ajuda internacional para garantir abrigo, alimentos e proteção às famílias sobreviventes, alertando que “o governo parece incapaz de conter a escalada”.
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