Mundo
Governo de Cuba nega permissão para a realização de um protesto pacífico da oposição
Governo afirma que movimento é uma provocação ao regime socialista da ilha e que não há legitimidade para sua realização.
O governo de Cuba negou na última terça-feira, 12, a permissão para a realização de um protesto pacífico solicitado por opositores para o dia 15 de novembro em Havana e em outras cidades do país, alegando que o movimento faz parte de esforços para derrubar o regime.
A passeata foi interpretada como uma provocação que promove a mudança de regime na ilha. As autoridades argumentam que, de acordo com a Constituição de 2019, o sistema socialista que reina no país há mais de 60 anos é irrevogável.
Os organizadores do evento solicitaram às autoridades provinciais autorização para realizar uma passeata pací!ca pela mudança em 20 de novembro, no entanto, o governo declarou esse dia como o “Dia da Defesa Nacional”, no qual os cidadãos praticam a preparação para uma invasão dos Estados Unidos. Desse modo, o evento, que esperava contar com mais de 5.000 pessoas na capital Havana, foi antecipado para o dia 15.
Um dos motivos para a proibição do ato foram os dois dias de manifestações ocorridos em várias cidades do país em julho. Os protestos foram alguns dos maiores antigovernamentais no país em décadas, resultando em centenas de prisões e pedidos de intervenção por parte de cidadãos cubano- americanos.
Há anos os protestos são proibidos em todo o território nacional, salvo algumas exceções. No entanto, a nova Constituição de 2019 abriu algumas brechas para atos considerados “legítimos”.
Apesar de ser visto como uma provocação ou como um movimento subversivo, o grupo responsável pela convocação, que inclui muitos cubanos que vivem fora do país, pede maior liberdade civil, incluindo o direito a protestar. Manifestantes também pedem anistia a adversários políticos presos.
“Essa resposta mostra que os conservadores têm o poder sobre Cuba”, disse um dos líderes do protesto à agência Reuters.
Em resposta, o Departamento de Estado dos Estados Unidos exigiu que as autoridades cubanas “respeitem os direitos fundamentais”, afirmando que a recusa é uma recordação de que o povo cubano sofre na luta pela liberdade.
“O que vimos com essa proibição é uma recordação de que os cubanos estão pagando caro na luta pela liberdade”, disse o porta-voz do departamento, Ned Price, negando que os americanos estejam por trás da manifestação.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário