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Fatalidades por voos comerciais são extremamente baixas, aponta pesquisa
Diretor da IATA disse em relatório anual de segurança que desempenho de segurança de 2023 “continuou a demonstrar que voar é o meio de transporte mais seguro”.
As companhias aéreas têm registrado alguns acidentes no ano de 2024, mas as estatísticas mostram que o risco de morte ou ferimentos em um voo comercial é extremamente baixo.
O acidente mais recente aconteceu no último domingo (29) na Coreia do Sul, quando uma aeronave da Boeing caiu no Aeroporto Internacional de Muan, matando 179 pessoas — o desastre aéreo mais mortal no país desde 1997.
Em imagens transmitidas por vários meios de comunicação do mundo, o voo da Jeju Air pode ser visto deslizando de barriga, em alta velocidade, atingindo um barranco e explodindo.
Ainda não está claro o que causou o acidente, embora especialistas tenham dito à CNN que o trem de pouso do avião — especificamente, as rodas usadas para decolagem e pouso — parecia não ter sido totalmente desdobrado antes de atingir o asfalto.
Autoridades sul-coreanas estão investigando a causa do desastre com a ajuda de detetives dos Estados Unidos.
Em uma declaração no X, a Boeing estendeu suas “mais profundas condolências às famílias que perderam entes queridos” e disse que estava pronta para apoiar a Jeju Air.
O acidente aconteceu depois que 38 pessoas morreram no dia de Natal, quando um voo da Azerbaijan Airlines caiu após entrar no espaço aéreo russo em Grozny, Chechênia.
Não está confirmado o que estava por trás do incidente, mas o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, acusou a Rússia de derrubar acidentalmente o avião.
O presidente russo, Vladimir Putin, “pediu desculpas pelo fato de o trágico incidente ter ocorrido no espaço aéreo russo” em um telefonema com Aliyev na semana passada, de acordo com uma declaração do Kremlin, mas não assumiu a responsabilidade.
E, na noite de sábado, um voo da Air Canada Express relatou um acidente não fatal. O voo, operado pela parceira PAL Airlines e transportando 73 passageiros, “experimentou um suposto problema no trem de pouso” após chegar ao Aeroporto Internacional Halifax Stanfield, na Nova Escócia, embora nenhum ferimento tenha sido relatado, de acordo com a companhia aérea.
Esses incidentes encerraram um ano que não foi nada lisonjeiro para o setor aéreo, particularmente para a Boeing, que enfrenta críticas intensas sobre a qualidade de seus produtos nos últimos tempos.
Em janeiro, um painel explodiu em um voo da Alaska Airlines, deixando um buraco enorme na lateral da fuselagem do Boeing 737 Max.
Nenhum passageiro morreu, mas o incidente ocorreu após dois acidentes fatais do 737 Max nos últimos anos — um em 2018 e outro em 2019 — que desencadearam uma paralisação de 20 meses do modelo em todo o mundo.
Acidentes — fatais ou não — a bordo de dezenas de milhões de voos comerciais realizados a cada ano são altamente improváveis, de acordo com os dados mais recentes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a associação comercial das companhias aéreas do mundo.
Houve 30 acidentes desse tipo registrados em 2023, o ano mais recente para o qual há dados de acidentes de ano inteiro disponíveis, totalizando um risco de um acidente a cada 1,26 milhão de voos, diz a IATA. Isso é menor do que o risco do ano anterior, com um em cada 770 mil voos relatando um acidente.
“Há mais risco dirigindo até o aeroporto do que voando em uma aeronave”, disse Anthony Brickhouse, professor de segurança da aviação na Embry-Riddle Aeronautical University em Nova Jersey, à CNN. “Em algumas partes do mundo, você está menos seguro em uma escada rolante do que voando em uma aeronave”, completou.
“Quando acidentes acontecem, obviamente chamam a atenção de todos, mas acho que é muito importante que todos dêem um passo para trás e deixem os investigadores fazerem seu trabalho”, acrescentou.
Um estudo sobre segurança aérea publicado em agosto e coautorado por Arnold Barnett, professor de estatística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, revelou que entre 2018 e 2022, o risco mundial de morte por embarque foi de um em 13,7 milhões.
Ou seja, se fosse escolhido um voo aleatoriamente e embarcado naquele período, sua chance de morrer em um acidente de avião ou em um ato terrorista seria de uma em 14 milhões.
Mas um forte histórico de segurança no passado não garante o mesmo no futuro, e os passageiros podem ter novas preocupações, dada a recente onda de acidentes fatais.
A perda de mais de 200 vidas somente nos últimos dias aumentará o número de fatalidades causadas por acidentes de aviação comercial bem acima dos 72 registrados pela IATA em 2023.
O diretor geral da IATA, Willie Walsh, disse no relatório anual de segurança mais recente do grupo industrial, publicado em fevereiro, que o desempenho de segurança de 2023 “continuou a demonstrar que voar é o meio de transporte mais seguro”.
No entanto, ele disse que “nunca podemos tomar a segurança como garantida” e que “dois acidentes de alto perfil no primeiro mês de 2024 mostram que, mesmo que voar esteja entre as atividades mais seguras que uma pessoa pode fazer, sempre há espaço para melhorar”.
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