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Donald Trump prepara ofensiva militar na Venezuela, diz “Washington Post”
Fontes ouvidas pelo Washington Post afirmam que a operação naval faz parte de uma estratégia de “guerra psicológica” para dividir as Forças Armadas venezuelanas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), prepara uma ofensiva militar na costa da Venezuela que pode levar à queda do governo de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela).
As informações são de uma reportagem publicada nesta 4ª feira (22.out.2025) pelo The Washington Post. Segundo o jornal, Trump assinou na semana passada um documento confidencial que autoriza a CIA a realizar “ações agressivas” contra o governo venezuelano e grupos ligados ao narcotráfico. O texto não ordena explicitamente a remoção de Maduro, mas permite medidas que, na prática, podem levar a esse resultado.
A autorização integra a ofensiva norte-americana no mar do Caribe, onde os EUA afirmam combater o tráfico internacional de drogas. No domingo (19.out), o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth anunciou que os militares norte-americanos destruíram mais uma embarcação no mar do Caribe.
Segundo o governo Trump, a ação levada a cabo na 6ª feira (17.out) matou 3 tripulantes ligados ao ELN (Exército de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro da Colômbia.
Fontes ouvidas pelo Washington Post afirmam que a operação naval faz parte de uma estratégia de “guerra psicológica” para dividir as Forças Armadas venezuelanas e aumentar a pressão sobre o regime. Trump tem sinalizado que pretende ampliar operações para o território venezuelano.
“Temos muitas drogas chegando da Venezuela e muitas das drogas venezuelanas chegam pelo mar, então vocês podem ver isso, mas vamos detê-las também por terra”, disse Trump a jornalistas.
Segundo fontes citadas pelo jornal, os primeiros ataques terrestres teriam como alvo acampamentos de narcotraficantes e pistas de pouso clandestinas –e não uma ofensiva direta contra o governo Maduro. Mesmo assim, o Washington Post afirma que a escalada militar e o discurso de Trump indicam que a derrubada do presidente venezuelano é o objetivo final da operação.
Especialistas citados pelo jornal afirmam que a justificativa oficial da Casa Branca —o combate às drogas— é frágil. A maioria das drogas ilícitas que entram nos Estados Unidos, inclusive o fentanil, não chega pelo Caribe, mas pela costa do Pacífico e pela fronteira com o México.
Trump declarou que autorizou as ações por 2 motivos: o aumento da entrada de drogas nos EUA e o envio de migrantes venezuelanos, incluindo criminosos, ao território norte-americano. Questionado se havia autorizado a CIA a “eliminar” Maduro, respondeu que seria “uma pergunta ridícula para responder”, mas que a Venezuela estava “sentindo a pressão”.
Venezuela tem 5.000 mísseis
Em reação às movimentações americanas, Nicolás Maduro afirmou nesta 4ª feira (22.out) que a Venezuela possui 5.000 mísseis antiaéreos portáteis Igla‑S, de fabricação russa, que estariam posicionados para “garantir a paz diante de uma suposta ameaça militar dos EUA. Maduro classificou as operações norte‑americanas como “ameaça” e “cerco” e declarou que elas visam derrubá‑lo. “Qualquer força militar no mundo conhece o poder da Igla-S, e a Venezuela tem nada menos que 5.000 Igla-S em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz”, disse Maduro. As informações são da AFP.
O Igla‑S é um lançador portátil projetado para abater aeronaves em baixa altitude. Maduro disse que o sistema já foi empregado em exercícios militares realizados em resposta à mobilização americana e que as Forças Armadas venezuelanas mantêm “sistemas de simulação” para treinar milhares de operadores e garantir a cobertura em posições estratégicas.
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