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Apostadores de ‘bets’ buscam retorno financeiro rápido, mas maioria perdeu o controle, mostra pesquisa

Levantamento inédito é da HSR Specialist Researchers, que realiza pesquisas de mercado na América Latina.

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O mercado de apostas esportivas on-line não para de crescer no Brasil. E uma das principais motivações para isso tem sido a busca por retorno financeiro rápido — é o que revela levantamento inédito da HSR Specialist Researchers, que realiza pesquisas de mercado na América Latina. Por outro lado, ainda de acordo com a pesquisa, 55% dos que apostam frequentemente assumem que já perderam o controle ao fazerem apostas virtuais.

– Na pesquisa de motivações para as apostas, vimos que dinheiro importa para todos até os 60 anos, mas principalmente para os mais novos. Nas gerações mais velhas, diversão e socialização ganham mais relevância — comenta Naira Maneo, sócia-diretora da Minds & Hearts, empresa member da HSR, especializada em comportamento humano, criticando: — A comunicação das empresas têm colocado foco só no dinheiro, o que reforça um lado ruim e perigoso do jogo, que leva ao vício.

Para os apostadores de 18 anos a 25 anos, que fazem parte da Geração Z, o apelo principal das bets é financeiro: acreditam na possibilidade de ganhar dinheiro rapidamente.

Já entre a Geração Y (26-41 anos), os fatores são diversão, a crença que têm aptidão para jogar e sorte, assim como o retorno financeiro rápido.

Na geração seguinte, a X (42-60), as apostas esportivas são vistas como uma diversão de baixo custo.

Os baby boomers (60 anos em diante) identificam a diversão como motivadora das apostas, mas também citam a socialização como um elemento motivador.

Jogar é hábito, mas não acreditam em vício

Sete em cada dez (76%) jogadores fazem apostas mais de uma vez por semana, de acordo com a pesquisa. O estudo “Da Indiferença à Paixão: a Jornada do Engajamento Através das Gerações” ouviu 3.500 pessoas sobre mais de 20 temas. Em relação a apostas on-line, foram entrevistadas 500 pessoas no Brasil, 400 delas jogadoras, acima de 18 anos, de diferentes classes sociais.

Apesar da frequência com que jogam, o risco do vício é tido como real para apenas 21% dos jogadores. Mas quase 55% daqueles que apostam muito frequentemente, ou seja, quase todos os dias, disseram que já sentiram que perderam o controle ao fazerem apostas virtuais.

— A geração mais jovem é a que menos vê risco de vício. Mas esse dado (de perda de controle entre quem joga frequentemente) é totalmente alarmante. As pessoas buscam nessas plataformas dopamina rápido, como numa rede social. Porém, com dinheiro envolvido, o poder de vício é muito rápido — diz Naira Maneo.

Dos que apostam frequentemente, 23% já deixaram de pagar uma conta para apostar. Percentual similar (29%) respondeu “sim” à pergunta “você já teve dificuldades financeiras por fazer aposta?”.

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