Manaus
Cientista da Fiocruz diz que Manaus tem cerca de 1,3 milhão de pessoas não vacinadas ou esquema incompleto
Jesem Orellana informa que a vacinação completa alcançou menos de 70% da população de Manaus com 12 ou mais anos
O epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana informou nesta terça-feira (23/11) que Manaus tem cerca de 1,3 milhão de pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto de vacinação. Com base nos dados do Ministério da Saúde (do dia 22/11/2021), ele afirmou que apenas 67% da população está com o esquema completo de vacinação, com duas doses ou dose única.
Segundo Jesem Orellana, há aproximadamente 430 mil crianças não vacináveis (0-11 anos), mais 260 mil que sequer tomaram a 1ª dose e outros 600 mil, aproximadamente, que não tomaram a 2ª dose da vacina contra a Covid-19.
“Somando, temos em torno de 1,3 milhão de manauaras não vacinados ou com esquema incompleto. Como Manaus foi uma das primeiras capitais do país a vacinar sua população, sem dúvida, este é um dado que mostra o limitado alcance das estratégias da Prefeitura e do Estado ao longo da campanha. Portanto, em 2021, é improvável que Manaus alcance o mínimo de 90% recomendado pelo Ministério da Saúde, em termos de cobertura na população vacinável (12 e mais anos)”, diz o cientista.
O epidemiologista da Fiocruz defendeu a busca ativa para a vacinação e ressaltou que as autoridades sanitárias “precisam direcionar seus esforços ao público com menor adesão às vacinas, adolescentes de 12-19, jovens adultos de 20-29 anos e indivíduos socialmente vulneráveis (Figuras 1 e 2)”.
“É preciso sair do conforto de um ar-condicionado e fazer busca ativa na comunidade, levando a vacina para quem de fato precisa de mais atenção. Outra alternativa, seria sortear eletroeletrônicos de última geração (ou outras ideias parecidas) entre os escolares que se vacinaram recentemente em parceria com o empresariado, bem como endurecer as medidas sanitárias e até mesmo administrativas em relação a trabalhadores que insistem em não se vacinar”, declarou.
Jesem Orellana diz que o Governo do Estado, que recentemente anunciou o sorteio de ingressos para o show do cantor Gusttavo Lima, erra ao executar a iniciativa para estimular a vacinação. “É um erro sortear ingressos entre os recém-vacinados que pretendem participar de eventos em massa, como tem feito o Governo do AM. Em contexto pandêmico se agravando, as aglomerações deveriam ser coibidas e não incentivadas”, avaliou o cientista.
Por fim, Jesem Orellana chama a atenção das autoridades em saúde do Amazonas para expandir a vacinação sobretudo nas cidades mais populosas. “Precisamos melhorar a vacinação no Amazonas, sob a pena de enfrentarmos mais problemas com a epidemia de Covid-19 no primeiro trimestre de 2022, ainda sob influência do desfavorável período chuvoso”, finalizou.
Campanha
O pesquisador diz também que as campanhas realizadas em shoppings e drive-thuru não surtiram o efeito esperado, deixando de fora grande parte da população. “Parece evidente que as ações da Prefeitura de Manaus, do Governo do Amazonas e do Ministério da Saúde, têm sido insuficientes. Ademais, os mais recentes esforços, podem ter sido excludentes, pois beneficiaram vacináveis que dispõe de tempo e recursos para frequentarem shopping ou drive-thru”, analisou.
De acordo com os dados do Imuniza Manaus, da Prefeitura de Manaus, até a manhã desta terça-feira (23/11), a capital amazonense contabiliza 1.617.976 de vacinados com a 1ª dose; 1.275.896 com a 2ª dose e 148.738 com a 3ª dose. Os que tomaram dose única eram 26.442.
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