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Economia

Vai viajar para o exterior mesmo com dólar acima de R$ 6? Confira estratégias para economizar

Desvalorização do real leva cotação da moeda americana a quebrar, mas uma vez, o recorde histórico. Veja como o meio de pagamento e de levar dinheiro pode fazer diferença no bolso com atual câmbio.

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Quem vai viajar, precisa preparar o bolso. (Foto: Reprodução /Hermes de Paula)

O dólar comercial, mais uma vez, registrou na segunda-feira um recorde histórico, a maior cotação desde a criação do real, em 1994. A desvalorização da divisa brasileira levou a americana a terminar a segunda-feira valendo R$ 6,0942, com alta de 0,99%

Para quem está com passagem marcada para o exterior, os números do câmbio formam um cenário bastante desfavorável, com a trajetória de alta do dólar parecendo não ter um teto. Sem falar que a cotação do dólar turismo geralmente é superior à do comercial.

As causas estão na valorização internacional do dólar desde a eleição de Donald Trump nos EUA e a desconfiança do mercado financeiro nacional em relação à política fiscal do governo Lula. Mas nada disso tem a ver com a lista de pontos turísticos que você quer ver lá fora, né?

Com o dólar nas alturas, a escolha do meio de pagamento ou de portabilidade do seu dinheiro pode trazer alguma economia ou alívio no bolso. Levar a moeda em espécie, para evitar o risco da flutuação no cartão de crédito? Optar pelos cartões pré-pagos? Ou recorrer às contas globais, como Wise e Nomad?

Qual é a melhor opção para quem vai sair de férias e viajar para fora neste verão? Veja algumas alternativas a seguir.

Conta global

As contas globais têm se tornado as novas queridinhas dos turistas brasileiros. Mais conhecidas pelos cartões Wise e Nomad, a modalidade é oferecida também por diferentes bancos e corretoras.

Mas o que é a conta global? Na verdade, na prática, é uma conta corrente aberta no exterior. Mas o cadastro pode ser feito de forma simples, pelo celular, na maioria das vezes sem taxa de manutenção.

A compra de dólares — ou euros, libras, pesos etc., já que muitos desses cartões oferecem opção de conversão para diferentes divisas — é feita através de Pix e o cliente pode acompanhar seu saldo pelo celular. Os pagamentos podem ser feitos por cartão físico ou virtual.

É semelhante à movimentação de uma conta corrente: você manda o dinheiro em reais para sua conta e usa na moeda que você quiser lá fora. Além de receber o cartão físico em casa, com crédito também como opção, você também pode ter a versão digital nas wallets (carteiras digitais dos smartphones).

E qual é a vantagem? Esses contas globais contam ainda com uma vantagem tributária. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é de só 1,1% – mesma taxa cobrada de quem compra dólar em espécie. Para se ter uma ideia, no cartão de crédito, o IOF é de 4,38%.

E a cotação do câmbio, que normalmente é a comercial, é outro diferencial que faz bastante diferença. Na compra de dólar em espécie ou cartões pré-pagos, a cotação é do câmbio turismo, que costuma ser mais alta.

Como funcionam as taxas adicionais? Taxas adicionais, como de abertura de conta e de remessa de valor, são cobradas de acordo com a instituição financeira. Diversas instituições têm disponibilizado essa modalidade aos clientes, inclusive grandes bancos comerciais.

É possível planejar. Outra vantagem é que nessas contas globais o cliente pode enviar seu dinheiro aos poucos, aproveitando momentos de baixas na cotação para fazer conversões em dólar ou em outras moedas.

Os clientes da Wise, por exemplo, podem optar por um “piloto automático” de cotação, criando alertas no app para ser notificado ou programar uma conversão automática se a cotação atingir determinado patamar a ser definido.

Dinheiro em espécie

A compra de dólares, euros ou outras divisas em espécie tem uma cobrança menor de IOF, de 1,1%. No cartão de crédito, é 4,38%. Mas as cotações nem sempre são as mais vantajosas, embutindo a comissão da casa de câmbio ou instituição vendedora. Por isso, especialistas recomendam levar apenas uma pequena quantia em dinheiro vivo, para compras imediatas ao chegar no país de origem ou para situações de emergência:

Quais as desvantagens do dinheiro em espécie? Há o risco de segurança ao se andar com papel-moeda, como possibilidade maior de perdas e furtos. É preciso também pesquisar se no destino da viagem há facilidade para pagamentos em cartões e outros meios eletrônicos para decidir o quanto de dinheiro levar em espécie.

Qual o limite para embarque com dinheiro em espécie? E é importante lembrar que, desde o ano passado, o limite para embarque com dinheiro em espécie sem necessidade de declaração à Receita Federal é de US$ 10 mil (cerca de R$ 56 mil).

Em quantias maiores, o turista é obrigado à preencher Declaração Eletrônica de Bens do Viajante da Receita, o e-BDV. Nele, deve informar a quantia que pretende levar ao exterior, pagar os impostos devidos e, ao embarcar, ter o recibo.

Cartão de crédito

A modalidade mais prática, bastando liberar as compras internacionais com o banco, pode ser também a mais custosa. Isso porque uma das principais cobranças, o IOF, é de 4,38% neste ano. O imposto será reduzido progressivamente até 2028, quando será zerado.

Mas os especialistas em finanças recomendam usá-lo só em último caso. Além de imposto e taxas, o câmbio do banco pode ser mais alto que o comercial.

O valor cobrado pelo dólar nessa modalidade tem como base a “PTAX”, cotação definida pelo Banco Central. Mas a instituição financeira do cartão usado pode cobrar um ágio sobre o preço dado pela autoridade monetária.

Por isso, o turista deve estar atento se será cobrada a cotação do dólar no dia da compra ou na data do fechamento da fatura. O cliente deve procurar saber com o banco se, ao adiantar o pagamento da fatura, a instituição financeira cobrará também o valor da cotação no dia da escolha do fechamento antecipado.

Apesar das taxas maiores, as compras com cartão de crédito podem gerar algum retorno: acumular valiosos pontos em programas de fidelidade que podem virar, por exemplo, milhas aéreas para a emissão de passagens.

‘Travel money’, o cartão pré-pago

Nos cartões pré-pagos, conhecidos como ‘travel money’, o pagamento é realizado na hora da compra da divisa, com a cotação do momento. O IOF é, assim como o do cartão de crédito, de 4,38%. O limite pré-estabelecido ajuda a controlar despesas e fica mais seguro o transporte que carregar dinheiro vivo.

Como ficam o IOF e cotação do câmbio do ‘travel money’? O custo de IOF e a cotação em câmbio turismo tornam a opção similar ao uso do cartão de crédito, sendo que neste último é possível acumular pontos em programas de fidelidade.

Caso o cliente não gaste tudo que depositou em moeda estrangeira nesses cartões pré-pagos, eles oferecem a opção de resgatar a sobra, mas muitos cobram taxas para isso.


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