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Economia

Só 6% dos brasileiros pagam com dinheiro físico; Pix vira opção preferida, mostra pesquisa

O levantamento do BC mostrou ainda que 53,4% revelaram o interesse de abandonar totalmente o uso das cédulas físicas até 2030.

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A chegada do Pix revolucionou os hábitos dos brasileiros e derrubou para 6% o percentual de brasileiros que utilizam frequentemente o dinheiro físico como forma de pagamento, mostra levantamento realizado pelo Google.

Percentual de brasileiros que usam dinheiro cai de 43% para 6% em cinco anos. A variação entre 2019 e 2024 foi apresentada pela pesquisa “Pagamentos em Transformação: do Dinheiro ao Código”, realizado pelo Google. Somente na passagem de 2023 para 2024, a utilização de cédulas e moedas recuou 11 pontos percentuais.

Estudo com base na visão do consumidor justifica os resultados. Thais Melendez, líder de insights estratégicos do Google, explica que os valores condizem com a lembrança da população de ter utilizado outros meios de pagamento. “Do ponto de vista do consumidor, o dinheiro físico passou a ter um uso pontual, para ocasiões específicas. O que a gente usa mesmo no dia a dia passou a ser as transações digitais, o Pix e o cartão de crédito”, afirma ela.

Dados do BC ainda apontam para uso do dinheiro

Volume de dinheiro em circulação cresceu 13,74% em cinco anos. Dados oficiais do BC (Banco Central) mostram a evolução constante do meio circulante, que terminou o ano passado com 7,72 bilhões de cédulas nas mãos da população. Apenas em 2024, a alta foi menor, de somente 0,99% em relação ao ano anterior, mas apresenta um resultado na contramão do apresentado pelo Google.

Banco Central diz acompanhar a evolução dos hábitos da população. Em relatório realizado no ano passado, a autoridade monetária avaliou que 31,7% dos brasileiros ainda utilizam o dinheiro físico com certa frequência. O resultado é 12,5% menor do que aquele contabilizado pelo mesmo levantamento em 2021.

Metade dos brasileiros quer abandonar o dinheiro físico em cinco anos. O levantamento do BC mostrou ainda que 53,4% revelaram o interesse de abandonar totalmente o uso das cédulas físicas até 2030. Para 31,6%, a frequência de utilização será reduzida e outros 8,7% preveem a manutenção da frequência.

Protagonismo do Pix

Abandono do dinheiro físico é justificado pela ascensão do Pix. O meio de pagamentos instantâneos criado em novembro de 2020 lidera a preferência dos brasileiros. Segundo o levantamento do Google, o Pix foi utilizado por 93% dos brasileiros e representou quase metade (47%) das transações de pagamento no Brasil.

Acesso da população à rede bancária contribui para sucesso do Pix. A digitalização e a evolução do número de bancarizados durante a pandemia são lembradas por Melendez como fatores determinantes para a aceitação do sistema do BC. “O brasileiro tem computadores, celulares e acesso a outros meios digitais para realizar pagamentos, além de ser uma população muito favorável às novidades”, observa ela. “O Pix é o produto com maior adoção e com maior crescimento em utilização”, complementou.

Adesão ao Pix é generalizada em todos os grupos sociais. Conforme o estudo, o meio de pagamentos é aquele mais utilizado entre a população de todas as idades, faixas de renda e regiões. Ainda assim, aparecem em destaque as preferências das classes D e E (74%) e entre os pagadores da geração Z (76%). “Mas mesmo para a população que tem mais de 55 anos, o Pix ainda é o meio preferido para 42%”, destaca Melendez.

Segurança e facilidade estimulam os meios de pagamento. A pesquisa do Google mostra as avaliações no topo das motivações, com 41% e 37% das menções, respectivamente. Na sequência, aparecem a isenção de taxas para utilização (36%), o recebimento de desconto pelo uso do meio de pagamento (33%) e a agilidade (32%). A liderança das preferências ajuda a entender a ampla adesão ao Pix.

Utilização do pagamento instantâneo entre as empresas também aumenta. O valor das transações de pagamentos via Pix para pessoas jurídicas cresceu 53% diante da aceitação do meio de pagamento em 91% dos estabelecimentos. “As pessoas estão pagando mais para empresas e negócios, comprando mais, utilizando o Pix e fazendo compras de mais alto valor”, analisa a líder de insights do Google.

Uso de cartões segue frequente

Pagamentos no crédito ou débito mantêm participação no dia a dia. A utilização dos mecanismos foi mencionada por, respectivamente, 83% e 74% dos entrevistados pelo levantamento do Google. “O cartão de crédito se mantém como segundo meio de pagamentos mais utilizado nos últimos cinco anos, mostrando solidez”, diz Melendez ao ressaltar a presença média de dois cartões por pessoa.

Para 58% da população, cartão de crédito passou a ser mais utilizado. A avaliação considera que 20% dos consumidores são atraídos por recompensas de benefícios. O mesmo percentual é mencionado por aqueles que tiveram seu limite para transações ampliado. Os benefícios favoritos são a ausência de anuidade (81%) e programas de fidelidade (57%).


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