Brasil
Servidores do Ministério da Economia ganharam quase R$ 1 milhão com verba extra em 2019
Jetons geraram supersalários na pasta comandada por Paulo Guedes, que, na semana passada, comparou servidores públicos a parasitas
Um grupo de nove servidores do Ministério da Economia, pasta comandada por Paulo Guedes, receberam quase R$ 1 milhão, em 2019, com gratificações. A informação é do UOL, que aponta, ainda, que as verbas extras fizeram com que a maior parte deles recebesse acima do teto constitucional, chegando a R$ 54 mil em um mês.
A reportagem indica que dados do Portal da Transparência mostram o recebimento, no ano passado, de R$ 976 mil em jetons por nove funcionários da pasta. Turbinados pela verba extra, sete servidores do ministério tiveram supersálarios em outubro.
O jeton é pago a funcionários que participam de conselhos de empresas estatais e do sistema “S”. Apesar de ser permitido por lei, vem sendo questionado no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério da Economia justifica que “os conselheiros são selecionados sob critérios rigorosos e sua aprovação corresponde à adequação da qualificação e capacidade de contribuir na missão da gestão pública”.
A publicação da matéria acontece uma semana depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparar funcionários públicos a “parasitas”. O comentário foi feito durante uma fala sobre as reformas administrativas que o governo federal pretende realizar. Na ocasião, Guedes criticou o reajuste anual dos salários dos servidores que, segundo ele, já têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, disparou.
O ministro depois se desculpou pela fala. “Me expressei mal e peço desculpas não só aos meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem eu possa descuidadamente ter ofendido”.
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