Economia
Região Norte registrou queda de preços mais expressiva em agosto, aponta Associação Brasileira de Supermercados
Para os próximos meses, diante da estiagem prolongada e das queimadas, os analistas da entidade preveem o aumento de preços dos alimentos.
O Abrasmercado – indicador da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que mede a variação de preços da cesta composta por 35 produtos de largo consumo dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza – registrou a segunda queda consecutiva e encerrou agosto com recuo de -1,32%. Os preços da cesta caíram de R$ 742,60 para R$ 732,82, na média nacional.
No mês, os preços caíram nas cinco regiões do país. A queda mais expressiva foi registrada na região Norte (-1,85%) onde os preços saíram de R$ 818,96 para R$ 803,84. A demais variações foram: Nordeste (-1,71%) passando de R$ 679,12 para R$ 667,50; Centro-Oeste (-1,43%) passando de R$ 697,86 para R$ 687,90; Sudeste (-1,34%) onde os preços passaram de R$ 756,25 para R$ 746,08; Sul (-0,74%) onde os preços passaram de R$ 832,46 para R$ 826,28.
Na média nacional, as maiores quedas vieram dos hortifrutis: batata (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Dentre os produtos básicos os recuos foram registrados nos preços do feijão (-4,10%), da farinha de mandioca (-2,22%), do leite longa vida (-1,21%), do açúcar refinado (-1,20%), do arroz (-0,95%), da farinha de trigo (-0,18%). As altas nesse grupo foram puxadas por café torrado e moído (+3,70%), óleo de soja (+1,26%).
Dentre os produtos lácteos, as demais variações foram: leite em pó integral (+1,07%), queijos muçarela e prato (+0,95%) e margarina cremosa (-0,15%).
Na cesta de proteínas animal, a maior queda veio dos ovos (-3,46%), seguido de frango congelado (-0,56%); carne bovina – cortes do traseiro (-0,18%) e corte do dianteiro (-0,02%). A única alta da categoria veio do pernil (+2,84%).
Na categoria de higiene e beleza, as variações nos preços em agosto foram: creme dental (+0,46%); xampu (+0,36%), sabonete (-1,17%), papel higiênico (-0,42%).
Dentre os itens de limpeza, as quedas foram registradas em sabão em pó (-1,10%), detergente líquido para louças (-0,33%) e água sanitária (-0,20%). A alta veio do desinfetante (+0,23%).
Cesta de 12 produtos básicos
No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve queda de -0,44% em agosto, passando de R$ 315,77 para R$ 314,38, na média nacional. Dentre os produtos básicos os recuos vieram dos preços do feijão (-4,10%), da farinha de mandioca (-2,22%), do leite longa vida (-1,21%), do açúcar refinado (-1,20%), do arroz (-0,95%), da farinha de trigo (-0,18%), e da carne bovina – corte do dianteiro (-0,02%). As altas nesse grupo foram puxadas por café torrado e moído (+3,70%), óleo de soja (+1,26%).
As variações por região foram: Norte (-1,23%) onde os preços saíram de R$ 384,65 para R$ 379,92; Sudeste (-0,36%) onde os preços passaram de R$ 323,30 para R$ 322,12; Sul (-0,31%) onde os preços passaram de R$ 340,38 para R$ 339,31; Nordeste (-0,14%) passando de R$ 277,45 para R$ 277,06; Centro-Oeste (+ 0,26%) passando de R$ 310,11 para R$ 310,91.
Consumo cresce
Ao encerrar agosto em alta acumulada de 2,54%, o Consumo nos Lares Brasileiros atinge a projeção do setor de crescimento de 2,50% no ano, de acordo com o monitoramento mensal da Abras. No mês, o indicador registrou alta de 1% ante julho puxado pela segunda queda consecutiva nos preços dos alimentos e bebidas para consumo no domicílio. Em agosto, o recuo da inflação nesse grupo foi de -0,73%, em julho de -1,51%. Contribuíram também para a alta do indicador, a sazonalidade do consumo nos Dia dos Pais e o efeito-calendário (cinco finais de semana ante quatro em julho).
Na comparação com agosto de 2023, a alta é de 1,16%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e contemplam todos os formatos de supermercados.
“O recuo da inflação no grupo de alimentos e bebidas tem favorecido o consumo em domicílio, assim como o crescimento gradual do emprego formal e as transferências de recursos dos programas sociais do governo federal”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Estiagem
Para os próximos meses, diante da estiagem prolongada e das queimadas, os analistas da entidade preveem o aumento de preços dos alimentos. No curto prazo, as verduras folhosas, as frutas e os legumes devem ter impacto na oferta no campo e, consequentemente, nos preços ao consumidor até o final do ano. Além desses itens, o preço do café torrado e moído deve continuar pressionado. No ano, o produto acumula alta de 20%.
Os impactos devem ser sentidos ainda no preço do açúcar. Com as queimadas há uma redução na oferta e a demanda continua aquecida, uma vez que além do consumo das famílias, o produto é insumo das indústrias de alimentos e bebidas e da farmacêutica.
Os efeitos das queimadas devem elevar os preços das proteínas animais neste segundo semestre. “A queimadas afetam a áreas de pastagens e aumentam os custos dos pecuaristas com alimentação do gado. Esses custos são repassados ao longo da cadeia até chegar ao consumidor. As carnes tradicionalmente têm os seus preços mais elevados no segundo semestre com a chegada das festas de fim de ano e com o crescimento das exportações no período. Importante ressaltar que se o preço da carne bovina sobe, ela puxa a demanda por outras proteínas como frango e suínos. Essa maior demanda também eleva os preços”, explica Milan.
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