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Economia

Queda nas reservas de gás provadas e possíveis na região Norte ofusca anúncio da Eneva e ações caem diz informação em site da Exame

Informação diz que relatório de certificação de reservas, documento apresentado anualmente – e que mostrou em 2023 uma queda no montante de gás provado e previsto para a Bacia do Amazonas.

Nas contas de analistas, o contrato da Eneva em Boa Vista (RR) tem um valor presente líquido de pouco mais de R$ 1 bilhão, frente a um valor de mercado de R$ 7 bilhões.

Com o título ‘Na Eneva, uma surpresa negativa no Amazonas’, informação no site da revista Exame disse, na tarde desta quinta-feira (15/02), que a queda nas reservas de gás provadas e possíveis na região Norte ofuscaramo aumento na Bacia do Parnaíba e as ações da companhia caíram mais de 3%.

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Segundo a revista, a Eneva anunciou hoje a comercialidade de mais três campos de gás, um na Bacia do Parnaíba e dois na Bacia do Amazonas. Num campo nesta última área, batizado de Tambaqui, a empresa anunciou também pela primeira vez a comercialidade de petróleo.

A matéria diz que o anúncio foi ofuscado, no entanto, pelo relatório de certificação de reservas, documento apresentado anualmente – e que mostrou em 2023 uma queda no montante de gás provado e previsto (o chamado 2P no jargão do setor) para a Bacia do Amazonas.

Os papéis da Eneva lideram as quedas do Ibovespa, com recuo de 3,24%. Ontem, as ações já tinham recuado quase 4%.

O volume no Amazonas caiu de 14,45 bilhões de metros cúbicos no relatório referente a 2022 para 10 bilhões de metros cúbicos no documento de 2023. No fato relevante, a companhia não informou a razão para a queda.

No total, as reservas da Eneva ficaram praticamente estáveis. A queda no Amazonas foi compensada por um aumento semelhante no Parnaíba, sua bacia mais tradicional, no Maranhão. O volume estimado na região saiu de 33 bilhões de metros cúbicos para 37,6 bilhões.

A questão é que, em Parnaíba, diz a notícia da Exame, a Eneva já tem gás suficiente para atender seus contratos de termelétricas, com o excedente podendo ser comercializado via contratos da GNL para empresas, como os já firmados com Vale e Suzano. No Amazonas, uma nova fronteira aberta nos últimos três anos, o gás é suficiente para 10 anos, com contratos para térmicas de mais de 20 — ou seja, ainda é necessário perfurar para atender os atuais contratos, ainda que o prazo seja confortável.

“No Parnaíba, é onde tem a estrutura mais consolidada e a possibilidade de comercializar esse gás. Ou seja, a monetização é mais direta”, aponta um gestor ouvida pela revista com posição de longa data na companhia. “Mas o mercado insiste em não colocar esses ‘excedentes’ na conta.”
“No Amazonas, a empresa ainda tem 10 anos para encontrar gás. O que ela vai fazer provavelmente agora é intensificar a campanha exploratória”, diz esse mesmo gestor.

A expectativa de mais investimentos na região pesa sobre o papel. “Enxergamos como negativa a queda em reserva 2P no Amazonas. Aguardamos explicações da companhia, mas a princípio poderíamos ter uma reclassificação de capex por metro cúbico na região”, disseram os analistas do Santander, em nota a clientes.

No mercado, há ainda o temor de que a Eneva pode ter sido muito agressiva na certificação de suas reservas no Amazonas, em meio aos esforços para participação no leilão de reserva de capacidade de 2022, onde vendeu a usina de Azulão II, com 600 MW, a ser entregue em 2026.
“É possível ter revisão para baixo nos números de certificação de reservas, mas não é comum e é a última coisa que o investidor quer. O natural é indicar novas descobertas e não o contrário”, resumiu um analista do sell side.

A investidores, a Eneva tem sinalizado hoje que aumentou muito as perfurações no Amazonas no ano passado, o que dá mais acurácia às previsões de reserva e diminui muito o risco de novas revisões negativas à frente. Procurada, a companhia não respondeu ao pedido de entrevista até o momento.

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A Eneva apresentou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a declaração de comercialidade de três descobertas localizadas nas bacias do Parnaíba e do Amazonas.

A companhia pede que a descoberta Lago dos Rodrigues, nos blocos PN-T-66, PN-T-67A e PN-T-48A da Bacia do Parnaíba, receba o nome de Gavião Vaqueiro.

Já a descoberta Anebá, nos blocos AM-T-84 e AMT-85, e Silves, no Bloco AM-T-85, ambas na Bacia do Amazonas, recebam os nomes de Tambaqui e Azulão Oeste, respectivamente.

O Campo de Gavião Vaqueiro foi o décimo segundo campo da Bacia do Parnaíba a ser declarado comercial pela Eneva. Foram perfurados três poços e as estimativas de gás variam entre 1,5 bihão e 3,3 bilhão de metros cúbicos.

O Campo de Tambaqui foi declarado comercial após a perfuração de quatro poços. A estimativa de gás varia entre 1,6 bilhão e 3,6 bilhões de metros cúbicos e de óleo varia entre 8,8 milhões e 18,9 milhões de barris.

O Campo de Azulão Oeste foi declarado comercial após a perfuração de seis poços. A estimativa de gás na acumulação varia entre 1,4 bilhão e 6,1 bilhões de metros cúbicos.

Segundo as regras da ANP, a partir das declarações de comercialidade, a companhia tem até 180 dias para apresentar ao órgão regulador os planos de desenvolvimento para os campos.

A Eneva divulgou também o resultado da atualização da certificação de reservas das bacias do Parnaíba, Amazonas e Solimões feita pela consultoria independente Gaffney, Cline & Associates.

Na Bacia do Parnaíba, as reservas de gás provadas (1P) chegam a 31,5 bilhões de metros cúbicos, enquanto as provadas e prováveis (2P) chegam a 37,6 bilhões de metros cúbicos e as provadas, prováveis e possíveis (3P) chegam a 45,9 bilhões de metros cúbicos.

Já as reservas de condensados provadas na Bacia do Parnaíba chegam a 1,9 milhão de barris, enquanto as provadas e prováveis chegam a 2,24 milhões de barris e as provadas, prováveis e possíveis alcançam 2,5 milhões de barris.

Na Bacia do Amazonas, as reservas de gás provadas chegam a 8,07 bilhões de metros cúbicos, enquanto as provadas e prováveis chegam a 10 bilhões de metros cúbicos e as provadas, prováveis e possíveis chegam a 14,3 bilhões de metros cúbicos.

As reservas de condensados provadas na Bacia do Amazonas chegam a 6,69 milhões de barris, enquanto as provadas e prováveis chegam a 9,54 milhões de barris e as provadas, prováveis e possíveis alcançam 13,1 milhões de barris.

As reservas na Bacia de Solimões, referentes somente aos recursos contingentes na área de Juruá, podem variar de 19 bilhões de metros cúbicos, no mínimo, passando por 24 bilhões de metros cúbicos, e no máximo a 28,9 bilhões de metros cúbicos.

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