Economia
Prévia da inflação sobe 0,11% em janeiro, com pressão de preço dos alimentos, aponta IPCA
Resultado surpreendeu analistas; café subiu 7% em um mês. Lula discute hoje com ministros formas de reduzir preço da comida
A prévia da inflação oficial do país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,11% em janeiro. O indicador registrou uma desaceleração após alta de 0,34% em dezembro.
Ainda assim, o resultado surpreendeu analistas do mercado ao vir acima das estimativas. A expectativa era que o indicador tivesse queda de 0,02%.
A inflação dos alimentos foi o que mais pressionou o resultado no mês. Os preços subiram 1,06% após o indicador encerrar 2024 já com forte alta do preço desse grupo (7,69%), que foi a principal fonte de pressão no índice acumulado no ano.
Café sobe 7% em um mês
A alimentação em casa subiu 1,10% em janeiro. O café, por exemplo, subiu 7% em apenas um mês. O tomate, por sua vez, ficou 17% mais caro no mesmo período. Alguns alimentos, contudo, tiveram queda, como é o caso da batata-inglesa (-14,16%) e do leite longa vida (-2,81%).
A alimentação fora do domicílio, por outro lado, desacelerou para 0,93% em janeiro. Os preços do lanche (0,98%) e da refeição (0,96%) subiram menos que no mês anterior, quando haviam registrado alta de 1,26% e 1,34%, respectivamente.
Lula busca formas de baratear comida
Diante desse cenário, o presidente Lula deve se reunir nesta sexta com ministros para discutir formas de baratear o preço da comida.
A primeira etapa da discussão ocorreu nesta quinta, em reunião liderada pela Casa Civil, em que integrantes do governo fizeram um diagnóstico para identificar as diferentes causas do problema e traçaram possibilidades para atacá-las.
O foco agora é pensar em instrumentos para que as condições de oferta e produção sejam adequadas para abastecer o mercado doméstico com os principais alimentos da dieta do brasileiro a um preço apropriado.
Alta nas passagens aéreas
Outro grupo que pressionou o índice para cima em janeiro foi o de transportes, com alta de 1,01%, por conta do aumento do preço das passagens aéreas, que subiu 10,25%. O ônibus urbano também teve alta (0,46%), com reajustes nas tarifas em algumas capitais do país.
Entre os combustíveis, o etanol (1,56%), o óleo diesel (1,10%), o gás veicular (1,04%) e a gasolina (0,53%) também tiveram altas.
Dos nove grupos observados pela pesquisa, apenas um teve queda nos preços: o de habitação, com deflação de 3,43%, que ajudou a conter o resultado final. A energia elétrica residencial teve o maior impacto do grupo, ao recuar 15,46% em janeiro.
A queda acontece por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, que representou um alívio para as contas de luz no mês de janeiro. É definido por lei que o crédito deve ser distribuído na conta de energia dos brasileiros que tiveram consumo inferior a 350 kWh em pelo menos um mês de 2023.
Com o resultado, o IPCA-15 tem uma alta acumulada de 4,50% em 12 meses. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.
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