Economia
Petrobras dispara com tensão no Oriente Médio; Bolsa e dólar sobem
Os preços do petróleo dispararam. Às 14h, a alta no combustível chegou a superar os 5%
A Bolsa de Valores de São Paulo operava nesta terça-feira (30) em alta com a disparada dos preços do petróleo e consequente valorização da Petrobras (PETR3 e PETR4). Depois de 14h30, o Ibovespa que chegou a subir mais de 1%, agora perdia força, marcando valorização de 0,64%, indo a 132.660 pontos. O dólar voltou a subir, e tem alta de 0,45%, indo a R$ 5,472. O dólar turismo ia a R$ 5,68.
O que está acontecendo?
Os preços do petróleo dispararam. Às 14h, a alta no combustível chegou a superar os 5%. Os preços futuros do barril do tipo Brent (o da Petrobras) saltavam 4,53%, para US$ 74,95. O tipo WTI (dos EUA) subia 4,75%, indo a US$ 71,41 o barril. A alta já era sentida desde a manhã.
Os papéis da Petrobras reagem: os ativos PETR3 subiam 3,31%, a R$ 40,57, e PETR4 tinha alta de 3,78%, a R$ 37,37. Os ativos da petroleira têm peso de 11,86% no Ibovespa.
Outras petroleiras da Bolsa também subiam. Prio (PRIO3) ia para R$ 44,30, com valorização de 2,24%, enquanto Petroreconcavo (RECV3) tinha elevação de 1,35%, para R$ 17,96.
As Forças de Defesa de Israel informaram que o Irã lançou 102 mísseis em direção ao país. Sirenes de alertam soam em todo território. Isso aconteceu logo após a o canal de americano de notícias NBC News publicar, citando autoridades da Casa Branca e do Departamento de Defesa, que há “indícios” de que o Irã está se preparando para lançar um míssil balístico diretamente contra Israel.
Há um risco de interrupção no fornecimento do combustível. “O conflito atual aumenta o risco de ataques a infraestruturas petrolíferas, bloqueios de rotas de transporte ou sanções que podem restringir o fluxo de petróleo para o mercado global”, diz Sergio Brotto, diretor executivo da Dascam Corretora de câmbio.
Com a intensificação do conflito, cria-se um risco para os mercados emergentes. “A escalada do conflito e o envolvimento mais amplo de países, como o Irã, geram incerteza que leva os investidores a buscar ativos mais seguros, elevando a demanda e o preço do petróleo”, diz Brotto.
Nos EUA
Outros fatores também influenciam os mercados nesta terça. O relatório Jolts, de empregos nos EUA, mostrou que a abertura de postos de trabalho subiu para 8,0 milhões em agosto. A expectativa era de 7,6 milhões de vagas.
O dado de emprego é importante porque ajuda a prever o tamanho do corte da taxa americana. O Federal Reserve (o Fed, banco central dos EUA) vai se basear em informações desse tipo para definir o que fará com os juros em 7 de novembro.
Na segunda-feira (30), Jerome Powell, presidente do Fed, disse que continua “a tomar decisões reunião por reunião.” “Este não é um comitê que está com pressa para cortar os juros rapidamente”, afirmou, num evento em Nashville, Tennessee.
“Se a economia tiver o desempenho esperado, isso significaria mais cortes nas taxas este ano, um total de 50 (pontos base) a mais”
Jerome Powell, presidente do Fed.
A Bolsa brasileira reage mais às variações da Selic que aos cortes de juros dos EUA. Mas quanto menores forem os juros por lá, mais chances há de os investidores retomarem o “carry trade”. Nessa operação, eles tomam dinheiro emprestado nos EUA e aplicam nos altos juros brasileiros. Isso ajuda a trazer dólares para o país e a valorizar o real.
Mais dados saem até o fim da semana. A pesquisa de emprego ADP será divulgada nesta quarta-feira (2) e o “Payroll”, com dados de folhas de pagamento, na sexta-feira (4).
Inflação
Puxado pela conta de luz, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou para 0,63% no fechamento do mês. Na terceira quadrissemana de setembro estava em de 0,44%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o indicador acumula alta de 4,55% nos últimos 12 meses.
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