Economia
Juros do rotativo do cartão de crédito ficam em 443% em abril, diz Banco Central
O dado foi divulgado nesta quinta-feira (29/5) pelo Banco Central (BC) e faz parte do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito.

A taxa média de juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo registrou um leve recuo de 0,4 ponto percentual em abril deste ano, mas segue em um patamar elevadíssimo: 443,3% ao ano.
O dado foi divulgado nesta quinta-feira (29/5) pelo Banco Central (BC) e faz parte do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito.
Rotativo do cartão
O rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada no cartão.
Ela é acionada por quem não pode pagar o valor total da fatura na data de vencimento.
Em caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida, em condições mais vantajosas, em um prazo de 30 dias.
Segundo especialistas, o rotativo do cartão é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada.
Em dezembro de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as operações de juros rotativos, a partir de 3 de janeiro de 2024, não poderiam ultrapassar 100% do valor original da dívida.
Cartão de crédito parcelado
De acordo com os dados do BC, houve uma queda de 2,2 pontos percentuais na taxa do cartão de crédito parcelado, para 178,9% ao ano.
Mesmo assim, a taxa de juros total do cartão de crédito avançou 0,2 ponto percentual em abril, para 85,9% ao ano.
Cheque especial
Segunda linha de crédito mais cara do mercado, o cheque especial teve alta de 3,3 pontos percentuais em abril deste ano.
A taxa média de juros cobrada no período ficou em 135,5%. Em março, era de 132,2%.
Crédito consignado
Segundo o relatório do BC, as taxas do crédito consignado subiram pelo quarto mês consecutivo, desta vez em 1,2 ponto percentual, atingindo 27,2% ao ano.
Os juros médios do crédito consignado ao setor privado com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ficou em 3,94% ao mês em abril.
Esse percentual é mais do que o dobro do crédito com desconto em folha de pagamento aos aposentados (1,8%) e aos servidores públicos (1,96%).
O programa conta atualmente com 70 instituições financeiras habilitadas pelo Ministério do Trabalho para operar na modalidade.
Os dados divulgados pelo BC não confirmaram, pelo menos por enquanto, as expectativas do governo federal de que o consignado ao setor privado teria taxas semelhantes às cobradas de aposentados e servidores públicos.
Nova modalidade
A nova modalidade de crédito (com garantia do FGTS) foi lançada em março pelo governo federal.
Entre as regras previstas, está o uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia e 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que corresponde a 40% do valor do saldo).
As parcelas são quitadas com desconto no contracheque – ou seja, direto no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
Antes, o consignado ao setor privado já existia, mas com outras regras. Havia a exigência de que houvesse um acordo entre empresas e bancos.
Desde o dia 21 de março, os trabalhadores podem buscar pelo crédito diretamente por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem a necessidade de acordo com as empresas.
Desde 25 de abril, os trabalhadores podem contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados no programa.
E, desde 16 de maio,, os trabalhadores podem renegociar dívidas por meio da portabilidade para outro banco – mas precisam procurar as instituições financeiras.
Até agora, não há teto nos juros da nova linha de crédito do consignado ao setor privado. As taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.
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