Economia
EUA aumentam em 346,4% importação de ovos do Brasil no 1º trimestre, aponta associação
No entanto, preços aos norte-americanos podem ficar mais caros tendo em vista a tarifa de 10% sobre os produtos brasileiros.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que os Estados Unidos aumentaram em 346,4% as importações de ovos (incluindo produtos in natura e processados) de janeiro a março deste ano, se comparado ao mesmo período em 2024, tornando-se o maior importador do insumo do Brasil.
Segundo a associação, foram enviadas 2.705 toneladas nos três primeiros meses do ano.
Os EUA passam por uma grave crise de abate de galinhas por conta de uma gripe aviária que assola o país desde 2022.
“Neste mês verificamos, de forma mais expressiva, os resultados positivos da abertura dos Estados Unidos para ovos produzidos no Brasil para termoprocessamento localmente para produtos de consumo humano”, afirmou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
No entanto, os ovos podem ficar ainda mais caros para o consumidor americano, tendo em vista que o presidente dos EUA, Donald Trump, aplicou uma tarifa de 10% a todos os produtos enviados do Brasil para a nação norte-americana.
Segundo informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no mês passado, os preços de ovos no país podem subir 41% em 2025 e deve ter um pico maior próximo a Páscoa.
De acordo com os dados, os preços alcançaram uma média recorde de US$ 4,95 a dúzia, mas em alguns locais um ovo já custava US$ 1.
De acordo com a ABPA, na sequência dos EUA, os Emirados Árabes importaram 1.422 toneladas (-9%) no período, seguidos por Chile, com 1.182 toneladas (+65,4%), Japão, com 846 toneladas (132,4%) e México, recentemente aberto, com 576 toneladas.
Aumento de 342,2% em março
No total, as exportações brasileiras de ovos registraram aumento de 342,2% apenas em março. No terceiro mês de 2025 foram embarcadas 3.770 toneladas, contra 853 toneladas no mesmo período de 2024.
Em receita, os embarques brasileiros de ovos somaram US$ 8,650 milhões, um crescimento de 383% em comparação aos US$ 1,79 milhão registrados em março do ano passado.
No acumulado do ano, as exportações atingiram 8.654 toneladas, um incremento de 97,2% em relação às 4.388 toneladas exportadas no mesmo período de 2024.
Em receita, o crescimento foi de 116,1%, alcançando US$ 17,77 milhões em 2025, contra US$ 8,22 milhões no ano anterior.
Apesar do incremento nas exportações, Santin reforça que a demanda interna brasileira não está desabastecida. Ele pontuou que o número de envios é menos de 1% da produção no Brasil.
Ao mesmo tempo em que se preserva a oferta interna de produtos para o mercado interno, já que representam em torno de 1% do total produzido no país, as exportações representam uma conquista importante para o avanço do segmento”, avalia.
Na última pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) sobre os preços dos ovos no Brasil, divulgada na última sexta-feira (4), os valores em março começaram a cair, mas ainda “acima dos registrados em março de 2024”.
Segundo o estudo, Cepea “a demanda se enfraqueceu na segunda quinzena do mês, reduzindo o ritmo das vendas e pressionando os valores”.
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