Economia
Estudo revela cinco perfis de criminosos que lucram com o golpe do Pix
Levantamento da Silverguard também revelou estados com maior média de prejuízo.
Do adolescente curioso ao especialista em sistemas bancários, existem cinco perfis principais dos criminosos que estão lucrando com o golpe do Pix, de acordo com a 2ª edição do Golpes com Pix, levantamento feito pela Silverguard, empresa de proteção financeira digital.
A lista começa com o ‘Raul’, categoria de criminoso que se tornou conhecida por viajar em grupo pelo país para cometer fraudes, especialmente contra idosos em caixas eletrônicos. Atualmente, esse perfil tem sido retratado nas músicas e redes sociais como “golpistas ostentação”, que enriquecem de maneira rápida e segura por meio golpes digitais, envolvendo aplicativos de apostas, sem pegar em armas ou se envolver com drogas.
O Script Kiddie também é formado em sua maioria por jovens. O diferencial é que esse perfil utiliza ferramentas e códigos prontos, adquiridos em fóruns ou tutoriais on-line, para reproduzir golpes simples sem precisar de habilidades técnicas avançadas.
Já os integrantes do grupo Banker são especialistas em fraudes de sistemas bancários e telefônicos para roubar dados confidenciais. Eles combinam conhecimentos de engenharia social e tecnologia para utilizar informações das vítimas.
Ainda mais técnico, o Cracker é um perfil altamente habilidoso em programação e cibersegurança. Esses criminosos conseguem realizar ataques cibernéticos sofisticados e criar e vender malwares, programas de computador criados com o objetivo de prejudicar, roubar informações ou controlar o dispositivo de uma pessoa sem o seu consentimento.
Por fim, há as organizações criminosas, que operam de forma estruturada, integrando crimes físicos e digitais. Elas utilizam o Pix para movimentar grandes somas de dinheiro, lavar recursos ilícitos e até mesmo estabelecer conexões com instituições financeiras próprias.
“A necessidade de um antifraude social, que conecte todos os envolvidos e crie uma ponte entre os diversos agentes afetados por golpes, é urgente”, avalia Marcia Netto CEO da Silverguard.
Prejuízos calculados
A pesquisa também revelou os prejuízos médios causados por diferentes golpes no ano passado, com algumas táticas atingindo cifras alarmantes.
As táticas variam, mas os prejuízos são sempre significativos. Os golpes mais custosos incluem promessas de empregos falsos (R$ 4.400 por vítima, em média) e investimentos fraudulentos (R$ 3.600).
Já fraudes mais comuns, como a compra de produtos de doação falso, geram perdas menores, mas ainda assim impactantes, que ficam numa média de R$ 150.
Média de prejuízo financeiro por tipo de crime
O impacto também varia por estado. No Rio Grande do Norte, as vítimas amargaram a maior média de prejuízo: R$ 4.500. Em estados como Paraná (R$ 3.300) e Tocantins (R$ 3.100), os golpistas têm se mostrado particularmente ativos e bem-sucedidos.
Já o Acre registrou os menores valores médios, com R$ 300. No estado do Rio, foi de R$ 1.700 o prejuízo médio das vítimas.
Caí no golpe. E agora?
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) orienta que o consumidor sempre deve suspeitar quando recebe uma mensagem de algum contato dizendo estar em alguma situação de emergência.
Se alguma transferência foi realizada, o caminho é solicitar o Mecanismo Especial de Devolução do Pix (MED) via telefone ou aplicativo do banco que realizou a operação.
Veja dicas de como se proteger
-Nunca realize ligações para números de telefone (0800) recebidos por SMS ou outras mensagens. Ligue sempre para o número da central de atendimento do seu banco ou para seu gerente.
-Os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem dados como senhas, token e outros dados pessoais nestas ligações. Também nunca pedem aos clientes que façam transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento.
-Sempre pesquise sobre a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro. Nunca faça transações em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador nem transferências para contas de pessoas físicas.
-O banco nunca liga para o cliente nem manda mensagens ou e-mails pedindo para que ele instale algum tipo de aplicativo em seu celular para supostamente regularizar um problema na conta.
-Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso certificar-se que a pessoa realmente mudou seu número de telefone. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa que está solicitando o dinheiro.
-Desconfie sempre de propostas de trabalho que precisem pagar ou com promessas de vantagens exageradas.
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