Estudo aponta salário das mulheres 12,9% menor que dos homens em 2023, no serviço público

Assim como acontece no setor privado, as mulheres que trabalham no serviço público têm uma remuneração inferior aos homens. Em 2023, elas receberam 12,9% menos. De acordo com um levantamento realizado pelo ministério da Gestão e Inovação (MGI), a média de salários das mulheres no ano passado foi de R$ 9.998,00, enquanto a dos homens foi de R$ 11.475,98.

O número não sofreu grandes variações desde 2014. Na época, a média dos salários femininos era equivalente a 87,7% dos salários masculinos. A maior discrepância nos salários foi observada em 2019, quando o número chegou a 83,7%. De acordo com o estudo, as diferenças estão relacionadas à “menor proporção de mulheres que ocupam cargos e funções de liderança, que oferecem remunerações mais elevadas”.

Desde 2014, o índice de mulheres em cargos de liderança no serviço público não passou de 41,1%. A menor porcentagem foi em 2020, quando a representação feminina alcançou 38,1% contra 61,9% de representantes masculinos. Em 2023, o número foi de 41%.

O estudo aponta que “o esforço de qualificação empreendido pelas servidoras nos últimos dez anos ainda não resultou em aumento significativo das oportunidades na ocupação de cargos e funções de liderança por elas.”

Em janeiro de 2024, o percentual de mulheres no setor público foi de 41,6%, enquanto os homens representaram 58,4% da força de trabalho. Uma das justificativas para isso é que, nos últimos 10 anos, ingressaram mais homens que mulheres no serviço público. Nos concursos públicos realizados em 2022, por exemplo, 61,4% dos contratados eram homens e apenas 38,6% mulheres.

A expectativa do Ministério da Gestão e Inovação é que ocorra um aumento da participação da mulher no serviço público com a realização, em maio, do primeiro Concurso Público Nacional Unificado, conhecido como Enem dos Concursos. As mulheres representam 56,2% do total de mais de dois milhões de inscritos.