Dieese: 84,2% dos reajustes salariais de janeiro a dezembro na Região Norte foram acima da inflação

De janeiro a outubro de 2024, 84,2% dos reajustes salariais na Região Norte apresentaram ganhos reais, e ficaram acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (INPC-IBGE), segundo nota do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em termos regionais, o quadro manteve-se estável, com todas as regiões apresentando ganhos reais em mais de 80% das negociações. O INPC acumulado em 12 meses chegou a 4,60% neste outubro.

Dos 215 reajustes salariais em outubro registrados junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, 70,2% foram acima da média do INPC-IBGE, segundo o Dieese). Esse resultado representa um recuo na comparação com o observado nas datas-bases anteriores, em que mais de 80% dos reajustes fixaram aumentos reais de salários.

A mudança é explicada pelo aumento do percentual de reajustes iguais ao INPC, equivalente a 24,7%, em outubro. O crescimento no índice é localizado: quase a totalidade dos resultados iguais à inflação identificados pela pesquisa são de empresas metalúrgicas de Minas Gerais.

O valor médio dos pisos salariais de 2024 até outubro é R$ 1.723,01; e o valor mediano, R$ 1.608,00. O valor médio, equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados; e o valor mediano, correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos analisados.

Na comparação entre os setores, o maior valor médio pertence aos serviços (R$ 1.753,57); e o maior valor mediano, à indústria (R$ 1.642,46). Já os menores valores médio e mediano pertencem, ambos, ao comércio (R$ 1.662,10 e R$ 1.568,49, respectivamente).

No recorte geográfi co, os maiores pisos salariais médios e medianos continuam a ser os da região Sul (respectivamente R$ 1.791,23 e R$ 1.753,40); e os menores, os do Nordeste (respectivamente R$ 1.597,26 e R$ 1.465,43).