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Economia

Brasil gera quase 395 mil empregos formais em outubro em melhor saldo do mês em 29 anos

Apesar dos dados do Caged, segundo o Ministério da Economia, o crescimento dos empregos com carteira assinada nos últimos três meses não recuperou as perdas registradas no País no auge da pandemia de Covid-19.

A economia brasileira gerou 394.989 empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (26), pelo Ministério da Economia. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Foi o melhor resultado, para meses de outubro, desde o início da série histórica, em 1992. Até então, o melhor valor, para esse período, havia sido registrado em 2009, quando foram abertas 230.956 vagas com carteira assinada.

Segundo o Ministério da Economia, mesmo com o crescimento dos empregos formais nos últimos três meses, ainda não houve recuperação das perdas registradas entre março e maio deste ano, no auge da pandemia de Covid-19 – quando foram perdidos 1,594 milhão de empregos. De julho a outubro, foram abertas 1,092 milhão vagas com carteira assinada.

O resultado do mês passado veio acima do projetado pelo mercado financeiro. O intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast previa abertura líquida de vagas de 149.797 a 340.000.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o País pode terminar o ano com perda zero de empregos com carteira assinada. Até outubro, o saldo é negativo em 171.139. Ele não deu projeções para os próximos meses para explicar a estimativa de saldo zero. Historicamente, dezembro registra fechamento de vagas.

“A economia continua retomando em ‘V’ e gerando empregos em ritmo acelerado. Reagimos com resiliência, soubemos fazer distanciamento social e ao mesmo tempo manter economia girando”, afirmou.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, ecoou a fala do ministro. “A economia está em franca retomada, o Caged e os empregos estão voltando em ‘V’, mais até do que a nossa expectativa. O mês de dezembro é um mês historicamente negativo, mas temos a influência do benefício emergencial”, avaliou.

O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, acrescentou que o governo não espera um comportamento do Caged em 2020 igual ao de outros anos. Segundo ele, se normalmente os meses de dezembro têm fechamento de cerca de 300 mil vagas, este ano o comportamento pode ser diferente.

“A resposta do mercado agora e da geração de empregos tem questões sazonais, mas está respondendo a uma retomada econômica e a uma demanda deprimida de alguns setores nos piores meses da pandemia. Isso nos leva a antecipar uma continuidade na criação de empregos até o fim do ano”, afirmou, lembrando que a pasta não faz projeções para o Caged.

Dalcolmo disse acreditar que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem), que permitiu reduzir salários e suspender contratos, continuará mantendo empregos além de dezembro, porque os trabalhadores têm ainda um período de estabilidade. “É de se esperar que empregos de acordos do benefício emergencial sejam mantidos”, completou.

Paulo Guedes deixou a entrevista coletiva de apresentação dos dados sem responder perguntas, como tem feito nessas ocasiões. Após críticas de que a equipe econômica estaria sem rumo, disse que isso não ocorreu. “Não perdemos o rumo nesta recessão, estamos nos levantando e criando emprego”, completou. Ele agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por ter mantido a equipe econômica que, segundo ele, foi várias vezes ameaçada, e disse estar bastante satisfeito.

“Preservamos a vida no que foi possível e preservamos empregos. Ligamos agora a máquina de criar empregos de novo. Se terminarmos o ano com zero perda de emprego formal, terá sido ano histórico”, acrescentou.

O ministro ressaltou que o Bem foi “crucial” na manutenção de empregos. “A notícia é tão boa que é difícil melhorar, acho que não vamos conseguir melhor que isso”, completou Guedes. “Continuem protegendo a saúde, com retorno seguro ao trabalho, com protocolos.”

Crescimento em todas as regiões do País

Dalcolmo ressaltou a abertura de vagas em todas as regiões do País no mês de outubro. O Sudeste foi a que registrou o maior saldo positivo (186.884), seguida pelo Sul (92.932) e Nordeste (69.519). No Centro-Oeste foram abertas 25.024 vagas e, no Norte, 20.658 postos de trabalho.

Dalcolmo destacou o fato de as admissões estarem subindo depois de sofrerem forte contração nos primeiros meses da pandemia. Por outro lado, as demissões estão abaixo do nível registrado no ano passado, já que houve muitas contratações recentes. “O volume de demissão é 20% menor do que o ano passado”, acrescentou.

O secretário também ressaltou a recuperação dos setores de comércio e serviços,  s mais atingidos pelas medidas de restrição de circulação. Houve saldo positivo de 156.766 contratações nas empresas de serviços – setor que mais abriu vagas. No comércio, o resultado foi positivo em 115.647 vagas e na indústria, em 86.426. Na construção, foram recuperadas 36.296 vagas no mês passado. A agricultura registrou o fechamento de 120 vagas.  “Há focos inflacionários em comércio e serviços que devem ser corrigidos brevemente”, acrescentou.

No acumulado do ano, porém, comércio e serviços ainda contabilizam mais demissões do que contratação, com saldos negativos de 231.245 e 268.049 respectivamente.

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