Economia
Boletim Focus: mercado reduz projeção de inflação para 2024 e eleva do Produto Interno Bruto
Às vésperas da reunião do Copom, os economistas elevaram a mediana das estimativas da Selic para 9,63%.
A projeção dos analistas para a inflação de 2024 foi revista para baixo, enquanto a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano manteve a tendência de alta, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 6, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A projeção de 2024 passou de 3,73% para 3,72%. Um mês antes, a mediana era de 3,76%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,60% para 3,64%, ante 3,53% de um mês atrás.
Considerando as 116 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,70% para 3,71%. Para 2025, a projeção passou de 3,64% para 3,65%, considerando 113 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 44ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 44 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em março projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à das reuniões anteriores, de dezembro e janeiro. Para 2025, também seguiu em 3,2%.
12 meses suavizado
Os economistas do mercado financeiro também revisaram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana de 3,56% para 3,60%, de 3,50% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3%.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente hoje. No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto.
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PIB
O relatório elevou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 2,02% para 2,05%, ante 1,90% de um mês atrás. Considerando apenas as 74 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 passou de 2,05% para 2,10%
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 21 semanas. Considerando as 69 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 39ª semana consecutiva. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 41 semanas.
A expectativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
Selic
Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado elevou a mediana das estimativas para a Selic no fim de 2024 para 9,63% ao ano, de 9,50% na última semana. Há um mês, o patamar era de 9,00%. Considerando apenas as 100 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 passou de 9,50% para 9,75%, conforme a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, 6, pelo Banco Central.
O Copom cortou a Selic pela sexta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, em março. O colegiado mudou a sinalização e indicou que o ritmo de corte de 0,50 pp continua sendo o mais apropriado para a reunião que ocorre nesta semana – no singular, e não no plural.
No encontro de março, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Ainda no Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 seguiu em 9,00%, ante 8,50% há um mês. Considerando apenas as 96 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também seguiu em 9,00% ao ano.
Para 2026, a projeção passou de 8,63% para 8,75%, ante 8,50% há um mês. Para 2027, a estimativa seguiu em 8,50%, onde se mantém por 39 semanas.
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Câmbio
O cenário esperado para o câmbio brasileiro foi mantido no Relatório de Mercado Focus do Banco Central desta semana. A estimativa para o câmbio no fim de 2024 seguiu em R$ 5,00, ante R$ 4,95 de um mês antes. Para 2025, a mediana seguiu em R$ 5,05, ante R$ 5,00 de um mês atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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