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Economia

Boletim Focus: mercado reduz projeção de inflação e eleva do PIB para 2025

Pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central.

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A projeção dos analistas para a inflação de 2025 foi revista para baixo, enquanto a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano manteve a tendência de alta, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 23, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

A mediana do relatório para o IPCA de 2025 caiu de 5,25% para 5,24%, a quarta baixa seguida. A taxa está 0,74 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 107 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 5,24% para 5,22%.

O IPCA de 2026 permaneceu em 4,50% pela sexta semana consecutiva, colada ao teto da meta. Considerando apenas as 106 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 4,50% para 4,52%.

O Banco Central espera que o IPCA some 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 18. O fim do ano que vem é o horizonte relevante do colegiado.

Na última decisão, o comitê aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15,0%, e afirmou que “antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, com o objetivo de examinar os impactos do ajuste que já foi realizado.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 18ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 caiu de 3,85% para 3,83%. Um mês antes, era de 3,81%.

PIB

A mediana do relatório para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 aumentou de 2,20% para 2,21%, a terceira alta seguida. Um mês antes, era de 2,14%. Considerando apenas as 68 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, passou de 2,26% para 2,28%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou, no comunicado da última quarta-feira, 18, que já observa “certa moderação” no crescimento da economia brasileira. Mas notou que o cenário ainda está marcado pela “resiliência da atividade”, com indicadores mostrando dinamismo.

No último Relatório de Política Monetária (RPM), de março, o Banco Central diminuiu a projeção de crescimento do PIB de 2025, de 2,1% para 1,9%. A estimativa deve ser atualizada nesta quinta-feira, 26, quando a autoridade monetária divulga nova edição do RPM.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 aumentou de 1,83% para 1,85%. Considerando só as 67 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,81% para 1,89%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela 12ª semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,0%, pela 67ª semana seguida.

Selic

A mediana do relatório para a taxa Selic no fim de 2025 aumentou de 14,75% para 15,00%, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado os juros a este nível na última quarta-feira, 18. No comunicado, o colegiado sinalizou que deve manter os juros nesse nível por muito tempo, de olho na convergência da inflação à meta, de 3%.

“Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou o Copom.

O colegiado afirmou que continuará “vigilante” e “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.” Mesmo assim, o Focus aponta que não deve haver novas altas de juros. Considerando apenas as 100 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também aumentou de 14,75% para 15,0%.

O mercado estava dividido sobre o resultado do Copom da semana passada. De 48 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, 27 esperavam manutenção da Selic em 14,75%. Outras 21, alta de 0,25 ponto, a 15,0%. A mediana do Focus da última segunda-feira, 16, também apontava para juros estáveis. Já a precificação da curva futura favorecia uma elevação da taxa.

A ata da reunião do Copom da última quarta-feira será divulgada nesta terça-feira, 24, às 8 horas. Na quinta-feira, 26, o Banco Central publica o Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre. O presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, vão conceder entrevista coletiva para comentar o documento.

A mediana para a Selic no fim de 2026 permaneceu em 12,50% pela 21ª semana consecutiva. Levando em conta apenas as 99 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também se manteve em 12,50%.

A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 19ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 26ª semana consecutiva.

Dólar

A mediana do relatório para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,77 para R$ 5,72. Um mês antes, era de R$ 5,80. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 permaneceu em R$ 5,80. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,90.

A projeção para o dólar no fim de 2027 caiu de R$ 5,80 para R$ 5,75, após cinco semanas de estabilidade. A mediana para o fim de 2028 se manteve em R$ 5,80 pela terceira semana consecutiva. Quatro semanas atrás, estava em R$ 5,82.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.


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