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Economia

Aposentado do INSS: confira o valor final do consignado após aumento de juros de 1,80% para 2,14%

Especialistas alertam que prazos muito longos, ainda que positivos por diluir o tamanho das prestações, são ruins porque estendem demais o pagamento da dívida e podem gerar um efeito bola de neve.

Os prazos para as operações de consignados vão até 84 meses. (Foto:Reprodução)

O aumento da taxa de juros do empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado de 1,80% para 2,14% e de 2,70% para 3,06%, respectivamente, pode pesar no bolso de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que utilizam essa modalidade de crédito. A pedido do EXTRA, o especialista em finanças Alexandre Prado fez simulações para quem pretende pegar R$ 3 mil e R$ 5 mil.

É importante destacar que os prazos para estas operações são 84 meses e que o levantamento não leva em conta o Custo Efetivo Total do empréstimo, que são taxas e tributos que incidem sobre a operação. Em um dos cálculos a pessoa que pegar R$ 3 mil de empréstimo consignado hoje terá pago ao final do contrato R$ 5.841,25. Mas com a nova taxa terá desembolsado R$ 6.488,50.

— É preciso avaliar bem se as parcelas cabem no orçamento, pois apesar de ser mais barato que outras modalidades de crédito os juros e custos estão embutidos — orienta Prado, que questiona: — Realmente há necessidade de pegar empréstimo? Não seria melhor juntar mensalmente para adquirir o que deseja?

Já para a professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e planejadora financeira, Myrian Lund, prazos muito alongados — ainda que positivos por diluir o tamanho das prestações — são ruins porque estendem demais o pagamento da dívida e podem gerar um efeito bola de neve.

— É importante lembrar que nem sempre o salário sobe. As prestações de um consignado longo podem acabar pesando no bolso ao longo de muitos anos — diz.

Myrian lembra que créditos longos, como é o caso dos financiamentos imobiliários, costumam ser amortizados pelo sistema SAC, em que o valor total das prestações diminui com o passar dos anos. Nos consignados longos, no entanto, não é assim: as prestações são de valor igual.

— Lido com endividados. Tradicionalmente, eles conseguem pagar prestações elevadas por seis meses, talvez um ano. Depois disso, o compromisso demanda um esforço muito elevado, o que tem impactos em outras esferas da vida — explica Myrian.

A planejadora também recomenda ter atenção à abordagem comercial das instituições financeiras.

— Muitas pessoas tomam crédito consignado na sequência das ofertas que recebem, do nada — diz. O limite do consignado, lembra a especialista, é calculado a partir da renda bruta dos tomadores de crédito, e não no que sobra após os descontos de impostos, por exemplo.

— Sobra pouco para viver — alerta.

Atenção ao Custo Efetivo Total
Antes de contratar um empréstimo é importante saber o Custo Efetivo Total (CET), que representará quanto será pago mensalmente, nas respectivas parcelas, conforme o prazo acordado. O custo efetivo é citado em valor percentual, representado ao mês ou ao ano e sua definição é determinada pela política de crédito de cada instituição financeira.

No valor total de um empréstimo, como o consignado, podem constar: taxa de juros, taxa de análise de crédito, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Taxa de Abertura de Crédito (TAC), taxas administrativas em geral, taxa de manutenção de cadastro, outras tarifas gerais (devem ser discriminadas e detalhadas).

Por lei, os contratos de empréstimo consignado celebrados por aposentados e pensionistas do INSS são isentos da cobrança da TAC.

A informação é do site Extra.


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