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O filme brasileiro “Bacurau” ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes neste sábado (25), em empate com o drama francês “Les Misérables”. É a primeira vez que o Brasil ganha na categoria, terceira mais importante da competição oficial do evento francês.

“Trabalhamos para a cultura no Brasil e o que precisamos é de seu apoio”, afirmou o diretor Kleber Mendonça Filho ao receber o prêmio, segundo a agência de notícias France Presse. Ele divide a direção de “Bacurau” com Juliano Dornelles, que foi seu diretor de arte em “Aquarius” (2016).

“É um filme sobre o Nordeste, um filme sobre o Brasil, é um filme sobre educação, sobre história e estou muito feliz que esse filme nasceu aqui no Festival de Cannes e agora está começando a correr o mundo”, afirma Kleber. “Vamos cuidar mais uns dos outros e respeitar a cultura, a educação, a ciência e o conhecimento”, completa Dornelles.

‘Bacurau’ recebe prêmio do júri no Festival de Cannes

Na premiação principal de Cannes, são distribuídos sete prêmios. O mais importante é a Palma de Ouro, ganhado neste ano pelo coreano “Parasite”. Além dele, há o Grand Prix, o Prêmio do Júri e as categorias de direção, roteiro, ator e atriz.

O Prêmio do Júri é entregue desde 1946. Em 2019, o júri do festival é presidido pelo diretor mexicano Alejandro González Iñárritu.

Com Sônia Braga no elenco, o diretor Kleber Mendonça Filho volta a concorrer à Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, depois de “Aquarius” (2016).

O filme retrata um pequeno povoado do sertão que sofre com a morte de Dona Carmelita, uma mulher muito querida. Dias depois, os moradores percebem que a comunidade não está mais nos mapas.

Pela primeira vez, Juliano Dornelles divide com Kleber Mendonça Filho a autoria e direção do longa, uma coprodução Brasil-França gravada no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba.

Karim Ainouz, diretor de ‘A Vida Invisivel de Euridice Gusmao’, recebe o prêmio da mostra Um Certo Olhar em Cannes 2019 — Foto: Reuters Karim Ainouz, diretor de ‘A Vida Invisivel de Euridice Gusmao’, recebe o prêmio da mostra Um Certo Olhar em Cannes 2019 — Foto: Reuters
Karim Ainouz, diretor de ‘A Vida Invisivel de Euridice Gusmao’, recebe o prêmio da mostra Um Certo Olhar em Cannes 2019 — Foto: Reuters

Na sexta-feira (24), outro filme brasileiro foi premiado em Cannes. “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, dirigido por Karim Aïnouz, foi o vencedor da mostra Um Certo Olhar.

A produção deu ao Brasil seu primeiro prêmio principal da competição paralela do evento.

O Brasil já saiu vitorioso de Cannes em outras categorias:

A maior vitória foi ao levar a Palma de Ouro em 1962, com “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte
Em 1969, Glauber Rocha levou como Melhor Diretor por “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”
Atrizes levaram na categoria interpretação feminina duas vezes, em 1986 (Fernanda Torres , por “Eu sei que vou te amar”) e em 2008 (Sandra Coverloni, por “Linha de passe”)

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