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Vício em bets: 15% dos apostadores na América Latina estão endividados, mostra pesquisa

Especialistas alertam para os riscos da dependência em jogos de azar on-line e dão dicas de como evitar o comprometimento financeiro.

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A promessa de dinheiro rápido e fácil nunca foi tão simples. Basta acessar uma plataforma, depositar dinheiro e fazer uma aposta. O problema é que, na prática, a expectativa de lucro frequentemente termina em prejuízo. Segundo o relatório Consumer Pulse Latam 2025, da Bain & Company, 15% dos apostadores de bets na América Latina estão endividados.

A pesquisa, realizada em março de 2025 em países como Brasil, Argentina, Colômbia, México e Peru, ouviu 5.700 pessoas. Entre os participantes brasileiros, 25% afirmaram estar economizando menos para apostar, 24% reduziram gastos com bens não essenciais, 16% cortaram despesas com itens essenciais e 16% se endividaram ou pediram dinheiro emprestado.

Uma outra pesquisa, feita pela BigDataCorp, empresa de datatech, revelou que o número de casas de apostas on-line licenciadas no Brasil cresceu 153% entre 2021 e 2024, passando de 840 para 2,1 mil. O levantamento considerou apenas empresas com autorização para operar jogos de azar.

De acordo com a educadora financeira Aline Soaper, os dados são preocupantes, pois as bets podem se tornar um vício, levando à perda do controle financeiro.

“À primeira vista, o jogo parece ser uma brincadeira que gera dinheiro. O jogador recebe, muitas vezes, até um bônus para conhecer a plataforma. Porém, quando a pessoa menos espera, já está viciada, apostando dinheiro do próprio bolso e criando dívidas”, afirma.

A especialista também enfatiza que as bets não devem ser encaradas como uma forma de conseguir dinheiro extra.

“Jogo não é investimento, não é renda extra. Infelizmente, as pessoas acham que nada de ruim pode acontecer com um joguinho eletrônico inocente, uma vez que só estão ganhando, mas uma hora a conta chega. Isso acontece porque nós, seres humanos, somos facilmente dominados pelas emoções e somos também muito competitivos”, pontua.


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