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Brasil

Vacinação da gripe cai pela metade; só 43% do público-alvo é imunizado

Praticamente todas as aplicações aconteceram na terceira e última fase da campanha, iniciada em 9 de junho. Desde então, 32 milhões saíram vacinados.

Na primeira fase da campanha, somente 8% do público foi vacinado. (Foto: João Gabriel Alves/Agência Enquadrar/Folhapress

Ofuscada pela vacinação contra o coronavírus, a imunização contra o influenza, causador da gripe, caiu pela metade neste ano e apenas 43% do público-alvo foi imunizado faltando dois dias para o fim da Campanha Nacional de Vacinação. Dos 80 milhões de brasileiros que a campanha planejou vacinar entre 12 de abril e 9 de julho, foram imunizados 34 milhões até o dia 7. Precisou de quase três meses para vacinar 314.905 pessoas por dia. Essa média não chega à metade das imunizações registradas nas campanhas do ano passado e retrasado.

Praticamente todas as aplicações aconteceram na terceira e última fase da campanha, iniciada em 9 de junho. Desde então, 32 milhões saíram vacinados. Na primeira fase, só 8% do público foi atingido, na segunda, menos de 30% apareceu em um posto de saúde. Embora o governo federal ainda não tenha distribuído 7 milhões de doses a estados e municípios, 73 milhões delas já chegaram aos postos, onde a vacinação não decola. Apesar disso, o Ministério da Saúde não pretende estender oficialmente a campanha.

A recomendação é que “ela continue até o término das doses em todo o país” para toda a população acima de seis meses de vida. Aos estados e municípios, mandou recado: “Que as secretarias estaduais e municipais desenvolvam estratégias para alcançar a vacinação do público-alvo que ainda não foi vacinado”.

Quando a campanha de vacinação do ano passado estava a dias de terminar, o governo prorrogou a vacinação por 25 dias, tempo suficiente para a vacinação atingir sua meta, ao saltar de 63% para 90% do público-alvo, um mês depois.

Sem procura nos postos

“Não está havendo procura pela vacina”, diz a enfermeira e presidente do sindicato da categoria no estado, Elaine Leoni. “Eu venho conversando com postos de saúde, e todos me dizem que a vacinação contra a gripe diminuiu”, diz. “Antes, quando anunciava a vacina, era um telefone sem fio, todo mundo ia.

Agora, as pessoas já não vêm.” Para ela, é preciso prorrogar a vacinação e investir em propaganda de esclarecimento.

“Foi feita uma campanha de massa para a vacinação da covid e esqueceram as outras vacinações. A televisão fala pouco sobre a gripe”, diz. O infectologista Marco Aurélio Sáfadi, professor na Santa Casa de São Paulo, concorda.

“A vacinação infantil, como poliomielite e rotavírus, também foi fraca neste ano”, diz. “Uma estratégia é uma comunicação mais assertiva de esclarecimento por parte do governo. O problema é que temos visto o oposto: autoridades com mensagens desencontradas sobre vacinação.”.

Questionado, o Ministério da Saúde disse em nota que, “para ampliar a adesão”, reforçou campanhas publicitárias com gasto extra de R$ 6 milhões depois de R$ 20 milhões investidos em “23,3 mil inserções em canais de TVs e rádios e mais de 145,8 milhões de impressões na internet”, diz.

Para Sáfadi, outra razão para a vacinação aquém do esperado “é a percepção de que o risco de se contaminar é baixo”. Em razão do isolamento social, uso de máscara e até competição contra o coronavírus, ele diz que o influenza circulou timidamente no ano passado no Brasil e depois no inverno do hemisfério Norte.

As informações são do UOL.


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