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Brasil

Rodrigo Maia anuncia comissão externa para acompanhar queimadas na Amazônia

A medida pode ser vista como uma reação do Congresso à política ambiental adotada pelo Planalto, e às falas do presidente Jair Bolsonaro que insinuam que ONGs teriam relação com os incêndios na Região Amazônica. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou, hoje, que criará uma comissão externa para acompanhar as queimadas na Amazônia. ““A Câmara vai criar uma comissão externa para acompanhar o problema das queimadas que atingem a Amazônia. Vamos realizar também uma comissão geral nos próximos dias para avaliar a situação e propor soluções ao governo”, postou em sua conta no Twitter.

“É importante para mantermos fortes nossas exportações do agronegócio e preservar o nosso meio ambiente”, prosseguiu Maia em outra mensagem.


De acordo com o presidente da Câmara,  a Casa irá criar uma comissão externa para acompanhar as queimadas na Amazônia. Além dessa, uma outra comissão também será criada para avaliar a questão e propor soluções ao governo. A medida pode ser vista como uma reação do Congresso à política ambiental adotada pelo Planalto, e às falas do presidente Jair Bolsonaro que insinuam que ONGs teriam relação com os incêndios na Região Amazônica.

O avanço de queimadas na região amazônica e a política ambiental do governo Bolsonaro foram alvo de críticas no Plenário da Câmara dos Deputados. O tom dos discursos foi majoritariamente de alerta para os efeitos da degradação.

Integrante da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) ressaltou que o grupo e a Comissão de Meio Ambiente da Câmara receberam nesta quarta-feira (21) um abaixo-assinado com mais de 1 milhão brasileiros pedindo providências do Congresso para garantir a preservação da Amazônia.

Airton Faleiro destacou que os agricultores que aderirem à política de degradação poderão ser prejudicados no cenário internacional. “Essa é uma canoa furada, que vai levar o Brasil a perder contratos no exterior. Somos defensores de uma política equilibrada do ponto de vista social e ambiental”, disse.

O temor de um eventual boicote internacional e o impacto da nuvem de fumaça resultante das queimadas levaram o líder do Podemos, deputado José Nelto (Pode-GO), a sugerir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as queimadas na região amazônica.

Investimentos na Amazônia

O deputado Sidney Leite (PSD-AM) cobrou o desenvolvimento de uma política que invista na Amazônia, com incentivo à tecnologia para que a agricultura não utilize queimadas.

Para ele, não basta pensar a fauna e a flora, mas também as pessoas que moram na região e cobram meios de sustento, regularização fundiária, entre outros. “Não somos a favor do desmatamento ilegal, mas não haverá desenvolvimento sustentável sem desenvolvimento econômico”, disse Leite.

Fiscalização

O deputado Marcon (PT-RS) cobrou a reestruturação dos institutos que fiscalizam as queimadas e os desmatamentos que, segundo ele, aumentaram 82% neste ano. Já o deputado Professor Israel Batista (PV-DF) criticou as declarações de Jair Bolsonaro, que acusou organizações não governamentais internacionais de provocarem incêndios na Amazônia.

“A floresta começou a pegar fogo durante a campanha presidencial, com o discurso antifloresta, anti-meio ambiente, anti-Ibama, anti-ONGs. É esse discurso que autoriza, moralmente, as pessoas a cometerem crimes”, afirmou.

Quem também adotou tom crítico contra a política ambiental de Bolsonaro foi o deputado Alexandre Frota (SP). Ele foi expulso do PSL e agora está filiado ao PSDB. Em vários pronunciamentos, Frota criticou as declarações do presidente que negaram o desmatamento. Ele também condenou a sugestão sobre usar o banheiro em dias alternados para salvar o meio ambiente.


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