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Pessoas acima 58 anos consumiram mais remédios psiquiátricos no Brasil no último ano, revela estudo

Levantamento também revelou que esse grupo apresenta maior adesão ao tratamento.

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Os principais consumidores de medicamentos psiquiátricos no último ano são as pessoas com 58 anos ou mais, de acordo com um levantamento da Funcional, pioneira e líder em tecnologias para programas de suporte a pacientes. Esse grupo concentra 30,6% do consumo destes remédios e apresenta maior adesão ao tratamento: em média 9,8 meses de continuidade, contra 6 meses nas demais idades.

“Observamos no levantamento que a taxa de utilização de medicamentos psiquiátricos aumenta conforme a faixa etária: 10,7% entre 0 e 18 anos, 23,7% entre 34 e 38 anos e 27,3% entre 49 e 53 anos, reforçando que o consumo tende a crescer com a idade”, explica Alexandre Vieira, diretor médico da Funcional.

A análise, realizada entre agosto de 2024 e julho de 2025 com base no comportamento de mais de 2,5 milhões de beneficiários do Benefício Farmácia, revela que 22% dos beneficiários do benefício utilizaram medicamentos psiquiátricos no último ano. A proporção é superior à registrada em 2019, antes da pandemia. Outro estudo recente da empresa, divulgado em julho, já havia apontado crescimento de 12,4% no uso de antidepressivos entre adultos de 29 a 58 anos nos últimos dois anos, tendência que reflete o movimento nacional.

“O crescimento do uso de antidepressivos entre adultos não é isolado. Está associado à alta prevalência da doença, desigualdade no acesso ao cuidado em saúde mental e às pressões da vida moderna. Isso reforça a urgência de políticas e programas de apoio emocional nas organizações, com foco na adesão contínua ao tratamento”, diz , comenta Vieira.

Dados do Ministério da Previdência Social mostram que, em 2024, mais de 472 mil brasileiros foram afastados do trabalho por quadros de ansiedade e episódios depressivos, um crescimento de 67% em relação a 2023, fazendo com que os transtornos mentais já representem a 3ª principal causa de afastamento. E segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), 10,2% dos brasileiros adultos já receberam diagnóstico de depressão em algum momento, o equivalente a cerca de 16 milhões de pessoas. A prevalência era de 7,6% em 2013, mostrando uma trajetória de alta que se intensificou nos últimos anos.

Dados do levantamento apontam que antidepressivos e analépticos (medicamentos que estimulam o sistema nervoso central e podem ser usados no tratamento de TDAH) foram as classes mais prescritas, seguidos por sedativos e ansiolíticos. Além disso, o ticket médio dos medicamentos psiquiátricos foi cerca de R$370 nas farmácias, enquanto os beneficiários contaram com desconto médio que variou de 70% a 100%, subsidiado pelas empresas contratantes, fator decisivo para garantir acesso e continuidade do tratamento.

O cenário ganha ainda mais relevância diante das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): em 2046, pessoas com 60 anos ou mais serão a maior fatia da população, chegando a 28%. Isso amplia a necessidade de políticas que garantam acesso contínuo a medicamentos e acompanhamento de doenças crônicas.

Vieira acredita que pacientes idosos, que muitas vezes apresentam mais de uma doença crônica, encontram em benefícios como esse um mecanismo de acesso essencial para a continuidade do seu tratamento de saúde mental.


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