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Nenhuma cidade do Norte do Brasil aparece com bom desempenho em ranking de saneamento de 2025

A região em uma baixíssima representatividade no ranking, reflexo direto das dificuldades históricas de infraestrutura, logística e capacidade institucional, diz presidente da Abes.

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Nenhum município da Região Norte do Brasil aparece nas faixas mais elevadas de desempenho do nosso ranking da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) da Universalização do Saneamento 2025, segundo informou o presidente nacional da instituição, Marcel Sanches, à Globo News.

“A região Norte, por exemplo, tem uma baixíssima representatividade no ranking, reflexo direto das dificuldades históricas de infraestrutura, logística e capacidade institucional daquela região. Nenhum município da região Norte, infelizmente, aparece nas faixas mais elevadas de desempenho do nosso ranking, o que evidencia a urgência de políticas públicas mais diferenciadas e sensíveis às realidades regionais”.

Segundo o ranking Abes, a universalização do saneamento básico ainda é exceção no Brasil, onde apenas 63 municípios estão “rumo” à meta. O número representa apenas 2,54% das cidades analisadas e 1,13% dos municípios brasileiros. Destas, apenas 4 não estão no Sudeste e nenhuma está na região Norte. Já 270 cidades estão dando os “primeiros passos para a universalização”.

A pesquisa, criada pela Abes, investigou os dados completos sobre saneamento de 2.483 cidades espalhadas por todas as regiões do país. O ranking avalia o avanço das administrações municipais com base em 5 indicadores do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa):

abastecimento de água;
coleta de esgoto;
tratamento de esgoto;
coleta de resíduos sólidos domiciliares;
disposição final adequada de resíduos sólidos urbanos.

Cada um dos indicadores tem peso igual, somando uma nota final de 0 a 500 pontos. Os municípios são classificados em quatro faixas:

Rumo ao saneamento – acima dos 489 pontos;
Compromisso pelo saneamento – entre 450 e 488,99 pontos;
Empenho pelo saneamento – entre 200 a 449,99 pontos;
Primeiros passos pelo saneamento – abaixo de 200 pontos.

Também é considerado o porte da população, com divisão entre as cidades com até 100 mil habitantes e acima de 100 mil.

Ao todo, 1.843 cidades estão na faixa de “empenho para universalização”, enquanto 307 aparecem em “compromisso com a universalização”.

Entre as capitais, Curitiba (PR) é a única que aparece na categoria máxima, enquanto Porto Velho (RO) aparece na outra ponta do estudo. Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e João Pessoa (PB) estão na categoria “Compromisso”.

Já entre as cidades que têm melhor desempenho, a maior parte está em território paulista. Presidente Prudente teve a pontuação máxima (500) entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Entre os de pequeno e médio porte, Paranapuã e Leme também gabaritaram as categorias.

O presidente Nacional da Abes destacou as desigualdades regionais evidenciadas pelo avanço do saneamento básico no Brasil.

O tratamento do esgoto é o principal gargalo para o desempenho das cidades. Entre os que ficaram na faixa de “Empenho”, a maior parte enfrenta problemas com o tratamento.

“O Brasil precisa avançar e atingir índices melhores na cobertura e no tratamento do esgoto sanitário e também na destinação adequada do lixo doméstico, não se admitindo lixões, disposição inadequada e contaminação do solo e das águas, com as quais a gente ainda convive, infelizmente”, ressaltou Sanches.


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