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Moraes determina prisão de Cid, mas revoga em seguida; Polícia federal vai ouvi-lo

PF apura se Mauro Cid planejava fugir do Brasil. As investigações mostram que o ex-ministro Gilson Machado tentou emitir um passaporte português para Cid.

O ministro do STF Alexandre de Moraes decretou hoje (13/6) a prisão preventiva do tenente-coronel Mauro Cid, mas revogou a ordem logo em seguida. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de um mandado de busca e depõe pela manhã à PF.

Mauro Cid estava sendo conduzido para o batalhão do Exército para ser preso quando o mandado foi revogado. O site UOL confirmou que o militar não chegou, efetivamente, a ser preso novamente, mas que houve um mandado de prisão preventiva.

PF apura se Mauro Cid planejava fugir do Brasil. As investigações mostram que o ex-ministro Gilson Machado tentou emitir um passaporte português para Cid, no consulado na capital pernambucana, em 12 de maio deste ano…

Machado, aliado de Bolsonaro, foi preso nesta manhã no Recife. Na última terça, ele disse ao UOL que ficou sabendo da investigação pela imprensa e que não foi a consulado nenhum.

Cid admitiu que solicitou cidadania portuguesa em 2023, mas que não tinha conhecimento da iniciativa de Machado. Ao STF, a defesa de Cid disse que o pedido foi em 11 de janeiro de 2023 —logo depois dos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo o advogado Cezar Bittencourt, o pedido foi feito “única e exclusivamente” porque a esposa e filhas de Cid já têm a cidadania.

Família de Cid deixou o país. A operação de hoje acontece após a PF detectar que os pais, a esposa e uma das filhas do tenente-coronel foram para os Estados Unidos no dia 30 de maio. Segundo a defesa, eles foram visitar a filha mais velha do casal, que mora em Los Angeles, e não há nenhum impedimento judicial para a viagem deles. A filha mais nova ficou em Brasília com Cid.

PGR pediu as prisões de Cid e Machado após saber da viagem da família do tenente-coronel ao exterior. O Procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez o pedido ao STF com base em informações fornecidas pela Polícia Federal ao longo da semana. A PF levantou a hipótese de que ele poderia procurar outras e consulados para conseguir a emissão do passaporte para Cid.

A delação de Mauro Cid é central para a denúncia da PGR contra os acusados de tramarem um golpe de Estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid e mais seis aliados são acusados de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenados, as penas somadas para cada um podem chegar a 46 anos de prisão.

Cid foi interrogado pelo STF nesta semana, e pontos da delação e do depoimento são contestados pelos demais acusados. Bolsonaro, por exemplo, disse que não tratou de golpe, como delatou o tenente-coronel, e apenas discutiu “hipóteses previstas na Constituição” com os comandantes das Forças Armadas.

Ele já foi preso em 2023 e 2024. A primeira vez foi sob a acusação de ter fraudado o cartão de vacinação. Ele ficou preso por cinco meses, e foi solto cinco meses depois após fechar o acordo de delação premiada. A segunda foi por causa de áudios vazados de Cid, criticando o STF e a PF e dizendo que teria sido coagido em seus depoimentos. Depois de dois meses, ele foi solto e disse que as mensagens foram apenas “desabafos” e não correspondem à verdade.


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