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Mesa da Câmara pede suspensão do deputado Gilvan da Federal por ofender Gleisi

Gilvan da Federal (PL-ES) é acusado de “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar”.

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A mesa diretora da Câmara pediu a suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por seis meses, por ofender a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

Gilvan da Federal é acusado de “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar”. Representação assinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e por outros integrantes da mesa aponta que o parlamentar proferiu “manifestações gravemente ofensivas e difamatórias”. O documento foi enviado ao Conselho de Ética da Câmara.

O deputado ofendeu a ministra durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado no dia 29 de abril. A representação também registra um “evidente abuso das prerrogativas parlamentares, o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato”.

As falas do representado (Gilvan da Federal) excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas.

Mesa Diretora da Câmara

Na sessão, Gilvan da Federal afirmou que Gleisi “atacava” a Polícia Federal quando o presidente Lula estava preso. O parlamentar também citou o líder do partido da Câmara, Lindbergh Farias. “Na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento de propina para políticos. Eu citei aqui o nome de “Lindinho”, de “Amante”, que devia ser uma prostituta do caramba”, disse o deputado.

Nas planilhas da Odebrecht, Gleisi recebeu o codinome de “amante” e foi acusada de ter recebido R$ 5 milhões para a campanha de 2014. O STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou a denúncia contra a ministra.

A representação da mesa da Câmara apontou “flagrante abuso” das prerrogativas constitucionais. Afirmou que o deputado agiu “com o animus de ferir a imagem da ministra Gleisi Hoffmann” e “fez insinuações abertamente ultrajantes, desonrosas e depreciativas”.

Gleisi celebrou na rede social X. A ministra agradeceu a Hugo Motta, ao colégio de líderes e à mesa diretora.

“Além de reagir prontamente às atitudes ofensivas do deputado, que ferem o decoro parlamentar, a representação sinaliza uma atitude rigorosa da Câmara diante de comportamentos abusivos que infelizmente têm acontecido. O Parlamento é a casa da democracia e do debate, que se faz por meio de argumentos, não de ofensas. É assim que se respeita a representação popular”, disse Gleisi Hoffmann.

A bancada feminina do PT repudiou os “ataques misóginos e criminosos” contra Gleisi. “O que aconteceu não foi um episódio isolado, mas tão somente a expressão repulsiva de um representante do Parlamento que usa seu mandato de forma violenta para tentar silenciar, humilhar e deslegitimar mulheres que ousam ocupar espaços de poder e decisão”, afirmaram as deputadas federais.

Em março deste ano, o TJ do Distrito Federal condenou o deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR) a indenizar Gleisi e o PT. A corte fixou uma multa de R$ 20 mil por uma postagem do ano passado em que o parlamentar a chamou de “a tal da amante”.


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