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Brasil

Mercado brasileiro de celulares deve ser impactado por falta de memória ainda este ano, alerta Abinee; produção em Manaus pode ser afetada

Em 2025, até agosto, Polo Industrial de Manaus já havia produzido 7,3 milhões de unidades com faturamento superior a R$ 9,3 bilhões.

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O mercado brasileiro pode ser impactado já no final de 2025 ou no início de 2026 pela falta ou restrição de memórias e semicondutores para equipamentos eletrônicos, como os telefones celulares. Para a Abinee, este será um dos principais desafios da indústria a serem enfrentados no ano que vem.

Em 2024, as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram mais de 13,7 milhões de celulares, gerando mais de R$ 14,5 bilhões em faturamento. Em 2025, até agosto, já eram mais de 7,3 milhões de unidades e faturamento superior a R$ 9,3 bilhões.

“Estamos acompanhando a falta de semicondutores no mundo. Primeiro aspecto é o aumento expressivo no preço das memórias. A explosão de data centers no mundo acabou fazendo com que o mercado tenha se reposicionado e as empresas optaram por vender seus semicondutores e memórias para atender a esses mercados, que possuem um valor agregado maior. Já sentimos o aumento do preço das memórias. Isso é uma realidade”, afirmou Maurício Helfer, diretor de Informática da Associação Brasileira de Elétrica Eletrônica, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 4.

De acordo com os dados apresentados pela entidade sobre o mercado eletroeletrônico no Brasil, em 2025 a projeção é de que os semicondutores atinjam US$ 6 bilhões em importação, redução de 5% na comparação com 2024, quando chegou a US$ 6,31 bilhões. De todo modo, os semicondutores foram os itens mais importados do setor. No entanto, essa variação está vinculada à taxa de câmbio. “Não esperávamos que a moeda brasileira fosse valorizar como aconteceu”, explicou Humberto Barbato, presidente executivo da Abinee.

“Diferente do passado, em que tínhamos uma situação pontual por conta de uma fábrica ter um problema ou troca de tecnologia, a questão atual é o boom dos data centers e da inteligência artificial no mercado local. A readequação da produção pode levar um tempo. O nosso mercado e o automotivo têm risco de sofrer com os impactos de custo e de falta desses componentes em 2026”, resumiu o representante da entidade.


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