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Brasil

Marcelo Ramos: “Ficou difícil para a oposição se opor à reforma da Previdência”

Ao site do jornal El Pais, presidente da comissão que avalia o projeto de mudança nas aposentadorias critica governo Bolsonaro e diz que a Câmara “carregou nas costas todas as etapas do projeto”

Presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, o deputado amazonense Marcelo Ramos, de 45 anos, é uma espécie de camaleão político. Já esteve em dois partidos que fazem oposição ao Governo Jair Bolsonaro (PSL), o PCdoB e o PSB. Trabalhou no Ministério dos Esportes no Governo Lula da Silva, foi vereador, deputado estadual e candidato derrotado à prefeitura de Manaus e ao Governo do Amazonas. Desde que foi eleito deputado federal pelo PL, contudo, decidiu não transitar nos extremos políticos. Afirma querer ser um conciliador em busca de certo protagonismo nacional.

Na entrevista que concedeu a El País, Ramos disse que pontos polêmicos do projeto enviado ao Congresso por Jair Bolsonaro —como retirar a Previdência da Constituição, instituir um sistema de capitalização, alterar aposentadorias rurais e o benefício de prestação continuada— deverão ficar de fora do relatório de Moreira, conforme acordado com as lideranças partidárias. Por essa razão, o discurso dos opositores contra a nova Previdência cairia por terra.

“Acho que ficou difícil para os opositores manterem o nível de oposição que faziam à proposta. Durante todo o processo a oposição atacou as propostas que tratavam do BPC, trabalhadores rurais, da idade dos professores, desconstitucionalização e capitalização. São cinco itens que tendem a cair. Ou a oposição vai ter de aprovar a proposta ou vai ter de criar uma nova narrativa para se dizer contra. Todos os tópicos arguidos por ela durante o processo de debate devem ser modificados no relatório, conforme foi acordado”, disse o deputado.

Nesta semana, Ramos conseguiu um feito incomum: entrou em acordo com os opositores à reforma para que eles não obstruíssem o andamento dos trabalhos na fase de debates do relatório. A obstrução é um artifício do regimento da Câmara usado para atrasar votações ou discussões, como pedidos de adiamentos ou de leitura de atas. A leitura do relatório, feito por Samuel Moreira (PSDB-SP), ocorre na manhã desta quinta-feira. A estimativa é que a votação do documento na comissão deva ocorrer após o dia 25 de junho. E, no plenário da Câmara, na primeira ou segunda semana de julho.

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