Mais de 600 mil servidores federais se afastaram em 2023, aponta raio-x do serviço público

No último ano, mais de 600 mil servidores públicos federais se afastaram temporariamente do trabalho, segundo dados do Painel Estatístico de Pessoal da União. Esse número representa uma parcela significativa dos 1.267.228 servidores públicos federais registrados no Brasil.

Entre os motivos de afastamento, questões relacionadas à saúde lideram, seguidas de capacitação, acompanhamento de familiar, maternidade ou paternidade, interesse particular e cessão ao Poder Judiciário. O Ministério da Saúde foi o órgão mais atingido por esses afastamentos, ao passo que o cargo com o maior número de licenças temporárias foi o de professor do magistério superior.

Hoje, o Brasil conta com 1,2 milhão de funcionários públicos federais, a maioria civis. As regiões Centro-Oeste e Sudeste concentram o maior número de servidores, seguidas pelo Nordeste, Sul e Norte.

Possível saída

Como maneira de remediar o desfalque no número de estatutários, o governo federal abriu o Concurso Nacional Unificado, que tem 6.640 vagas para o funcionalismo e que deve ser realizado a cada dois anos. Do total de inscritos no certame, 80,3% possuem entre 20 e 44 anos, divulgou o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na última semana.

O total de 2,14 milhões pessoas foram confirmadas em todo o Brasil e 57,3% são da faixa de renda de até R$ 4.236, ou seja, três salários mínimos. No recorte por gênero, 56% são mulheres.

O maior grupo está na faixa etária de 25 e 34 anos: são 821.523 inscrições, ou seja, 38,3% do total. As provas serão aplicadas em 5 de maio, em 220 cidades brasileiras. Os salários iniciais variam de cerca de R$ 4 mil a quase R$ 23 mil, e os servidores começam a ser convocados já em agosto. A perspectiva é que esse modelo de concurso público pode ser feito a cada dois anos.

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