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Indústria do Brasil se aproxima da estagnação em abril em meio, mostra PMI

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) compilado pela S&P Global caiu de 51,8 em março para 50,3 em abril, nível mais baixo desde dezembro de 2023

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A atividade industrial brasileira se aproximou da estagnação em abril, quando atingiu o nível mais fraco em quase um ano e meio de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (1). O dado é resultado da queda de pedidos e a confiança no nível mais baixo em cinco anos em meio a preocupações com a política tarifária dos Estados Unidos.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) compilado pela S&P Global caiu de 51,8 em março para 50,3 em abril, nível mais baixo desde dezembro de 2023 que se aproximou da marca de 50 que separa crescimento de contração.

“O registro do PMI principal ficou marginalmente dentro da zona de crescimento, sinalizando condições industriais amplamente estagnadas e encobrindo circunstâncias um tanto preocupantes que sugerem que o setor poderia estar entrando gradualmente em uma fase de contração”, afirmou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“O setor enfrentou um cenário difícil, marcado pela incerteza atual do comércio global, questões políticas e altos custos de empréstimos”, completou.

O mês foi marcado pela queda da confiança em relação à produção futura para o nível mais baixo em cinco anos, em meio a crescentes preocupações com a política tarifária dos EUA e as condições econômicas internas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou diversas medidas tarifárias em 2 de abril, que chamou de “Dia da Libertação”, e as idas e vindas em relação a essas taxas têm abalado os mercados financeiros globais desde então.

Abril teve ainda a primeira queda nos novos pedidos à indústria brasileira em 16 meses, embora a taxa de contração tenha sido marginal. A pesquisa aponta enfraquecimento da demanda nos mercados interno e internacional, com alguns participantes atribuindo a redução nas vendas ao aumento dos preços dos bens finais e à incerteza do mercado.

As novas vendas para exportação diminuíram pela quinta vez em seis meses, com evidências apontando para uma queda na demanda do Mercosul e dos Estados Unidos.

Assim, a produção industrial brasileira aumentou pelo terceiro mês consecutivo em abril, mas à menor taxa nesse período, limitada por cancelamentos de pedidos, queda nas vendas e escassez de mão de obra qualificada, de acordo com a pesquisa.

Enquanto o segmento de bens de capital sustentou o crescimento de novos pedidos e da produção, os fabricantes de bens de consumo e bens intermediários registraram contrações.

A criação de empregos no setor foi em abril a mais fraca em quatro meses, refreada por medidas de corte de custos e falta de novos pedidos.

Em relação aos preços, apesar de a inflação geral de custos ter recuado para o nível mais baixo em 11 meses, ela permaneceu acentuada, com relatos de aumentos de preços de rolamentos, fretes, gás natural e aço, bem como reduções de preços de petróleo, têxteis e algumas commodities.

A inflação de preços cobrados pela indústria também recuou, atingindo o nível mais baixo desde março de 2024. Embora algumas empresas tenham repassado parte dos seus custos adicionais para os clientes, outras ofereceram descontos na tentativa de alavancar as vendas.

 

Com informações da CNN


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