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Ibama identifica R$ 25 milhões em crédito rural irregular e mira Banco do Brasil e da Amazônia

A ação, batizada de Caixa-Forte 2, emitiu 19 autos de infração, e estados como Mato Grosso e Pará.

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O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) identificou R$ 25 milhões em crédito rural concedido a fazendas que registraram desmatamento ilegal na Amazônia Legal, em uma operação que atingiu os bancos do Brasil, da Amazônia e do Nordeste, entre outros.

A ação, batizada de Caixa-Forte 2, emitiu 19 autos de infração, e estados como Mato Grosso e Pará —este último sede da COP30, a cúpula sobre mudança climática da ONU, que começa na próxima segunda-feira (10).

No total, o Ibama identificou 98 operações com indício de irregularidade, e aplicou R$ 11,4 milhões em multas. Procurados, os bancos não se pronunciaram até a publicação deste texto.

A ação aconteceu no início do mês e teve como base quatro tipos de dados: imagens de satélite, informações sobre propriedades fundiárias, crédito rural e áreas embargadas por desmatamento ilegal.

Para conseguir o crédito, o proprietário precisa indicar em qual área ele pretende produzir com aquele dinheiro. Cruzando essas informações, o instituto conseguiu identificar tanto casos em que o financiamento foi concedido exatamente para a mesma terra que estava embargada, quanto situações em que o desmatamento ilegal havia sido registrado em outra parte da fazenda beneficiada.

Por lei, ambos os casos deveriam impedir a concessão de crédito, mas o Ibama tem o poder de multar a instituição financeira apenas na primeira circunstância.

No segundo cenário, o instituto pode realizar a notificação do banco, mas por meio de autoridades competentes. Todos os casos foram notificados ao Banco Central.

A investigação do Ibama identificou crédito concedido pelo Banco do Brasil que se enquadram nos dois casos e, por isso, foi aplicada multa de R$ 266,5 mil. O Banco Amazônia e o Banco do Nordeste se enquadram apenas no segundo tipo de infração e, portanto, não foram alvo de autuações financeiras.

As operações irregulares envolvem 40 agências bancárias, e 83% dos R$ 25 milhões em crédito foram concedidos à pecuária —o restante foi para agricultura.

Essa operação é a segunda edição de uma ação que começou em março e que à época mirou principalmente o cerrado. Na ocasião, foram R$ 4,8 milhões em multas aplicadas.


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