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Garimpo devastou quatro campos de futebol por dia em terras indígenas, diz Greenpeace Brasil

O território Yanomami teve 238 hectares abertos, segundo o estudo, apesar da intensa atuação desde que o governo Lula decretou emergência de saúde no local.

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Garimpo cerca a comunidade Hupiano, próximo ao Polo Base Xitei, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Um estudo feito pelo Greenpeace Brasil revela que o garimpo ilegal devastou, apenas em 2023, uma área de 1.410 hectares se somadas as ocorrências nas terras Yanomami, Kayapó e Munduruku. O volume corresponderia a quatro campos de futebol sendo abertos por dia, segundo a organização.

A situação mais alarmante encontra-se na Terra Indígena Kayapó, no Pará, que perdeu 1.019 hectares por causa da atividade exploratória. Imagens de satélite indicariam que as faixas leste e nordeste do território seriam as mais arrasadas, sendo que quatro aldeias já estariam sendo diretamente afetadas.

Na sequência aparece a Terra Indígena Munduruku, também localizada no estado paraense, com 15 aldeias sitiadas pelo garimpo ilegal. Neste caso, foi identificada uma queda de 430 hectares devastados, em 2022, para 152, no ano passado. A proximidade dos garimpeiros, contudo, é considerada alarmante.

Já o território Yanomami teve 238 hectares abertos, apesar da intensa atuação desde que o governo Lula decretou emergência de saúde no local —as imagens indicam um pico da atividade garimpeira em janeiro, uma queda drástica em fevereiro, após a intervenção estatal, e novos picos em março e em outubro.

“Temos lido e ouvido bastante sobre os esforços do governo para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, porém, precisamos lembrar que os territórios dos povos Kayapó e Munduruku têm sido muito prejudicados e é preciso reforçar as operações e trabalhos de fiscalização por ali também”, afirma o porta-voz do Greenpeace Brasil, Jorge Eduardo Dantas. “Não basta só a vontade política.”

O estudo do Greenpeace Brasil pondera, por outro lado, que nem sempre os problemas socioambientais são proporcionais ao tamanho da área de garimpo, e que os conflitos travados dentro do território também devem ser considerados, como ocorre na área habitada pelos yanomamis.

“A cada hora que passa com os garimpeiros dentro dos territórios indígenas significa mais pessoas ameaçadas, uma porção de rios destruídos e mais biodiversidade perdida. Precisamos, para já, de uma Amazônia livre de garimpo”, afirma Dantas.

As informações são do jornal Folha de São Paulo.


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