Brasil
Flávio Bolsonaro admite que pode abandonar candidatura: ‘Eu tenho um preço para isso’
Senador participou de primeiro ato como pré-candidato em Brasília.
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Em seu primeiro ato público após anunciar candidatura à Presidência da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) admitiu que pode não levar o projeto até o fim, mas disse que “tem um preço” para desistir.
— Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim — disse neste domingo após participar de um culto em Brasília.
O senador indicou que o preço a ser pago seria a aprovação da anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que livraria Jair Bolsonaro.
O ex-presidente está preso em Brasília após ter sido condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista.
Quando perguntado pela imprensa se o perdão aos crimes pela trama golpista seria razão para desistir, Flávio reconheceu:
— Está quente, está perto —afirmou— Preço esse eu vou ficar pensando. Hoje, vamos debater na imprensa.
Flávio disse esperar que o projeto da anistia seja pautado nesta semana.
— Espero que os presidentes da Câmara [Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba] e do Senado [Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá] cumpram aquilo que eles prometeram para nós quando eram candidatos ainda, de que pautariam a anistia — afirmou.
Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que só 8% dos eleitores consideram Flávio Bolsonaro o nome que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria apoiar na disputa presidencial de 2026. A preferência permanece concentrada na ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, citada por 22%, e no governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos-SP), lembrado por 20%.
O senador disse que se reunirá com presidentes de partidos do Centrão na próxima segunda-feira para tratar da sua pré-candidatura.
Ele citou o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, o presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira
(SP), e o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN). Na terça-feira, ele afirmou que pretende visitar novamente o ex-presidente, quando deve falar sobre o resultado das conversas.
— Agora é trazer as pessoas certas para o nosso lado. Nesse primeiro momento, vamos conversar, sem compromisso de absolutamente nada, para que todos possamos trocar impressões — pontuou.
Flávio afirmou que o governador de São Paulo é o “principal cara do time”:
— A primeira pessoa que eu quis conversar (sobre a pré-candidatura) foi o Tarcísio. E a reação dele foi a reação que eu também teria se fosse o contrário, se fosse o Tarcísio indicado pelo presidente Bolsonaro para disputar as eleições, já que nós não estamos no momento com a possibilidade do Jair Bolsonaro ser o nosso candidato a presidente. Foi muito boa a reação. Um cara que se mostrou de peito aberto para mim — disse Flávio: — O Tarcísio é o principal cara do nosso time hoje.
O senador reiterou que a decisão de se candidatar foi tomada depois de conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso, e que aguardava o momento em que o pai se sentiria “confortável” para autorizar
o anúncio.
Flávio relatou que Bolsonaro o sondava “há bastante tempo” sobre disputar a Presidência, diante das dificuldades do cenário atual. Segundo ele, o anúncio foi feito após uma reunião familiar na última semana. Agora, disse,
o objetivo é atrair aliados e começar a definir o projeto de governo.
Neste domingo, o senador ainda minimizou a reação do mercado ao anúncio da sua candidatura. Na sexta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo, que se valorizava pela manhã, passou a cair e, por volta das 15h, registrava queda de quase 2%. O pessimismo do mercado veio após a notícia de que Bolsonaro escolheu o senador como seu candidato à presidência para as eleições de 2026.
Flávio disse que avalia a reação como “natural”, mas que houve uma “análise precipitada”, pontuando que com a sua pré-candidatura, o país poderá conhecer um “Bolsonaro diferente, mais centrado, que conhece política, conhece Brasília, que vai querer fazer uma pacificação no país”.
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